A Catedral Nossa Senhora da Conceição da Diocese de Nazaré está no mesmo chão da primeira ermida Nossa Senhora da Conceição, inaugurada no dia 20 de janeiro de 1806, tendo a assistência religiosa do Reverendo Luiz José da Silva, capelão do Engenho (A)Lagoa d’Anta. A construção da ermida foi dirigida por uma comissão eleita pela comunidade, conforme a escritura de doação do terreno.
Aquela Ermida de Nossa Senhora da Conceição de Nazareth tornou-se Matriz com a criação da Paróquia (Freguesia) pela lei nº 75 de 30 de abril de 1839.
Em 1858, a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição de Nazareth foi reformada pelo Frei Caetano de Messina, OFMCap., juntamente com a construção do Cemitério. A Igreja Matriz foi passando por diversas reformas, teve quase demolição total e construção da atual Catedral.
Uma grande reforma da Igreja foi iniciada aos 30 de janeiro de 1870, no final do paroquiato do Pe. Jerônimo José Pacheco de Albuquerque Maranhão. No dia 16 de outubro de 1870, chega o 3º vigário de Nazareth, Côn. Dr. Luiz Ferreira Nobre Pelinca, encontrando, já encaminhada, a ideia e a necessidade de restaurar a Igreja Matriz. Recebeu um conto de reis por lei provincial às obras da Matriz, decidindo enfrentar a iniciada restauração. As atividades religiosas funcionaram na Capela São Sebastião, em função da reforma da Matriz, até janeiro de 1872. Após dois anos de trabalhos, a Igreja Matriz ganhou torre e toda uma nave lateral, com a capela especial do Santíssimo Sacramento.
A Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição de Nazareth foi elevada a Catedral com a criação da Diocese através da Bula Archidiocesis Olindensis et Recifensis, de 02 de agosto de 1918, do Papa Bento XV.
Nos primeiros meses do pastoreio de Dom Ricardo Ramos de Castro Vilela, foi promovida uma campanha para substituir o piso da Matriz, já então transformada em Catedral. Não satisfeito com isso, iniciou, em 1924, outra campanha de maior amplitude, visando a construção da Catedral. O Pe. João da Mata de Andrade Amaral se esgotou fisicamente, lutando e pedindo esmolas nos dias de feira e correndo atrás de ônibus e automóveis. Assim ele conseguiu rebocar a parte externa e concluir o piso em granito, preparando a catedral para as celebrações da festa do 1º centenário da paróquia, aos 30 de abril de 1939.
Mas foi o Mons. Luiz Ferreira Lima que conseguiu concluir os trabalhos. Modificou a estrutura do altar-mor, terminou a fachada, colocando a imagem de Nossa Senhora e dos Anjos. Conseguiu, ainda, com ajuda financeira de alguns nazarenos, adquirir o conjunto de mármore do altar-mor e altares laterais, grade da comunhão, púlpitos e vitrais. Assim, depois de 20 anos de trabalhos e de esforços, Nazaré ostentava sua Catedral de fachada imponente e de beleza arquitetônica.
O Pe. Otto Sailler, 20º Vigário de Nazaré, que foi provisionado em 19 de dezembro de 1945, mas só tomou posse em 15 de janeiro de 1946, fez questão de explicar no livro de tombo que, mesmo tendo tomado posse, aguardou até 22 de fevereiro que “meu Revmo. Antecessor Padre Luiz Ferreira Lima tivesse conseguido ajeitar as contas da Construção da Catedral”.
Uma reforma do telhado, todo o forro, instalação elétrica e pintura foi realizada de outubro de 2015 até dezembro de 2016.
Na fachada da Catedral, as duas torres, o domínio do estilo romano e a escadaria solene lhe conferem uma imponência singular. No interior, que é amplo, com três naves, cresce mais ainda o espaço em virtude das tribunas que circundam todo o seu interior. Constituem um encanto para os olhos, de quem quer que seja, os belos vitrais coloridos, sempre com motivações litúrgicas, os altares de mármore de carrara, a mesa de comunhão, decorada conforme prescrevia a arte sacra, os ambões e pia batismal, formando um conjunto de raro bom gosto.
Enfim, “o zelo pela tua casa me devora” (Sl 69,10).