A Diocese de Nazaré tem como padroeira NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.
Desde o dia 04 de abril de 1804, quando Dona Felipa Coutinho, proprietária das terras que doou à Nossa Senhora da Conceição, para a construção da ermida, é pública à piedade e devoção dos habitantes, gravando da doadora a homenagem a Maria Santíssima, residir numa cidade da Palestina chamada Nazaré. Muitos fiéis acrescentavam-lhe o nome da cidade e a Virgem era chamada, por muitos, Nossa Senhora da Conceição de Nazaré.
Em Mt 1,16: “Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo”, e em Lc 1,48: “Todas as gerações, desde agora, me chamarão bem-aventurada”, cantamos o louvor da Virgem Maria, elogiando a sua fé, e cultuamos o aplauso das gerações segundo o seu exemplo de obedecer a fé. Ela foi a primeira a cantar o louvor do Deus Altíssimo, que fez maravilhas em consideração à humanidade de sua serva. A serva disponível e despojada, a serva humildade e despretensiosa, a serva favorável ao serviço de Deus e ao serviço dos homens. Serva abrangente em doação total, para que se opere o milagre da nova criação.
Há uma imagem chamada “primitiva” (Foto), que costuma sair em peregrinação pelo território da Diocese em momentos solenes. Em 2017, por exemplo, a imagem “primitiva” peregrinou solenemente por todas as paróquias da Diocese, mediante programação em preparação para a celebração dos 100 anos de criação da Diocese de Nazaré – que aconteceu no ano seguinte, 2018.
A escolha de Nazaré como sede de uma nova diocese foi, decididamente, por ter como padroeira da comunidade de fé e da paróquia nazarena: Nossa Senhora da Conceição. Escritos relatam que a escolha da cidade sede da nova diocese, na zona da mata norte de Pernambuco, tendo como encarregado Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, então Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, deu-se em função de sua predileção pela padroeira Nossa Senhora da Conceição, o que conferiu vantagem à Nazaré, que acabou sendo a escolhida dentre as demais candidatas à sede.
Diante da prerrogativa do Papa Pio XI, de dar a cada diocese o seu padroeiro, o primeiro bispo de Nazareth, Dom Ricardo Ramos de Castro Vilela, logo suplicou ao Papa Pio XI que a diocese nazarena fosse confiada ao patrocínio da Virgem Conceição, já que a freguesia de Nazareth e a Igreja Catedral eram patrocinadas por Nossa Senhora da Conceição. E, ainda, o antístite pretendia solenizar o Centenário da Independência do Brasil com uma grande festa religiosa de Consagração do Bispado a sua excelsa padroeira.
Carta Circular do Exmo. e Revmo. Sr. Bispo Diocesano:
“Ao clero e aos fiéis bençam no Senhor. A Santíssima Virgem da Conceição está proclamada canonicamente – Padroeira de nossa diocese. Acontecimento tão faustoso enche-nos de lidimo enthusiasmo. Maria será dos Corações dos nossos filhos e os nossos filhos serão do coração de Maria. É nos grato vêr a Virgem Immaculada à frente do nosso caríssimo rebanho, como estrela de bênçãos a dirigir-lhe os passos nos caminhos da salvação. Maria bendita por todos os lábios nazarenos; Maria homenageada desde a humilde capellinha até a nossa cathedral; Maria venerada nos nossos lares, em nossas escolas, em nossas associações; eis o nosso desejo ardente e paternal. Movimente-se, pois, o nosso Venerando clero, congregue-se o nosso povo e celebrem-se, em toda a diocese, festas de extraordinário esplendor em honra da proclamação de N. Senhora como nossa Rainha e Protectora. No momento em que o Brazil, com reflexos de glória, comemora o primeiro centenário de sua independência, a Virgem da Conceição, sob cujo manto palpita a alma brasileira, attenderá mais benignamente as preces que lhe fazemos pela pátria, de envolta com os louvores que lhe oferecemos pela diocese. É do santuário da “Apparecida” que vos enviamos esta nossa Circular. Vosso pobre bispo, que no terceiro anniversario de sua elevação ao sólio episcopal por vós pediu à Virgem Santíssima, para Maria pede o vosso amor, a vossa vida, o vosso lar, o vosso sacerdócio, o vosso coração. Santuário de Nossa Senhora Apparecida, em S. Paulo, 3 de julho de 1922, terceiro anniversário de nossa eleição episcopal. + Ricardo, Bispo de Nazareth” (cf. Gazeta de Nazaré, n. 284, de 19.08.1922).
Uma NOVA IMAGEM, grande e imponente, de NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (foto) foi obtida por Dom Ricardo Ramos de Castro Vilela, como marco da proclamação soleníssima de Nossa Senhora da Conceição como padroeira diocesana, cuja bênção foi realizada no dia 03 de dezembro de 1922, à tarde, após a procissão de abertura da festa da padroeira nazarena. No dia 08 de dezembro, dia solene de Nossa Senhora da Conceição, na Catedral, às 6h30, missa pontifical rezada com ordenações sacerdotais; às 10h, solene pontifical e, à noite, sermão, cânticos e bênção do Santíssimo Sacramento. O encerramento das festividades deu-se no dia 10 de dezembro de 1922, domingo, às 7h, com a Missa; às 10h, Solene Pontifical e bênção apostólica e, à tarde, primeira soleníssima procissão com a nova imagem no andor, consagração da Diocese à Nossa Senhora da Conceição, Te Deum e bênção.
Proteja-nos a nossa padroeira, Mãe de Deus e figura da Igreja. Obrigado, ó Mãe, porque nos ouves sempre!