Processo de conclusão da tradução da terceira edição do Missal Romano também foi tema da segunda coletiva de imprensa da 59ª Assembleia Geral da CNBB
Julia Beck
Da redação, com informações da CNBB
Na segunda coletiva de imprensa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi comentado o processo de elaboração de uma pesquisa sobre a saúde dos bispos e padres. Outro tema abordado foi o processo de conclusão da tradução da terceira edição do Missal Romano.
O bispo de Nova Hamburgo (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, Dom João Francisco Salm, foi quem comentou sobre a pesquisa. A iniciativa surgiu diante do tempo exigente que a sociedade vive. Dom Salm reforçou que os padres e bispos são pessoas de carne e osso, que sentem cansaço, tristeza e dores.
“Nestes últimos tempos foi constatado que muitos padres sentem medo, estão com depressão e há casos até de suicídio”, disse. Diante desta realidade, o bispo afirma que houve um apelo constante para que a CNBB fizesse algo para ajudar.
Questionário
“O que fazer? Como agir?”. A partir destes questionamentos, o bispo conta que conversou com o presidente da CNBB em busca de ideias e sugestões.
Foi então que um grupo começou a pensar, desde novembro, em colher informações de padres e bispos para compreender ao certo a realidade em que eles vivem. O objetivo é trabalhar essas informações com especialistas e ajudar com indicações. Os profissionais que auxiliarão nestas indicações são da área da psicologia, medicina e espiritualidade.
Dois questionários foram elaborados: um para os bispos e outro para os padres. Ele busca informações sobre sua saúde integral: psíquica, física e espiritual.
“Ninguém será obrigado a responder estes questionários, mas respondendo poderão nos ajudar a ajudar tantos outros”, sublinha.
As respostas serão sigilosas e destinadas a uma empresa que irá compilá-las. Os resultados serão apresentados em agosto deste ano.
Missal Romano
Na segunda etapa da coletiva, o bispo de Paranaguá (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB, Dom Edmar Peron, deu detalhes sobre o processo de conclusão da tradução da terceira edição do Missal Romano.
O bispo explicou a diferença entre o Evangeliário e o Missal. Este primeiro, geralmente levado em procissões, é o livro das celebrações. O segundo tem um longo percurso na história: “Paulo VI promulgou as duas primeiras edições depois do Concílio Vaticano II e João Paulo II a terceira edição”.
Dom Peron afirma que o Missal é que garante a unidade entre o que a Igreja celebra e o que ela crê. “Ele dá a possibilidade de mostrarmos a nossa fé, favorece a boa celebração e a participação ativa e frutuosa das pessoas”, frisa.
O Missal, continua Dom Peron, não é um livro de regras para engessar as celebrações. Ele dá segurança, apoio e ensina todo mundo a rezar. Seu centro é a Oração Eucarística. “Um livro com oração, textos e ações a serem rezadas, lidos e executados”.
A Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel) é a responsável pela tradução deste Missal. Durante a pandemia, 70 reuniões foram realizadas sobre este tema. A Cetel visa buscar palavras acertadas para não ferir o latim e a língua portuguesa nesta tradução.
Próximos passos
A tradução da terceira edição do Missal Romano passará por uma consulta dos bispos em agosto deste ano. Eles votarão o novo texto do Missal. “Lembrando que não é um novo Missal”, ressalta Dom Peron.
Após a votação em agosto, o livro será enviado para Roma, para conferência e confirmação do que foi feito. “O que foi modificado eles darão um sim ou um não, e o que foi traduzido irão confirmar”, complementa.
Depois disso, se tudo for aprovado, a nova tradução poderá ser usada no Brasil. “Estamos ansiosos para que esse processo seja rápido. Meu desejo é que no próximo Tríduo Pascal toda a Igreja no Brasil já possa usá-lo”.
Fonte: Canção Nova Notícias