A primeira etapa da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se encerra nesta sexta-feira, 29 de abril de 2022. Desde a segunda-feira, 25 de abril de 2022, mais de 300 bispos estão participando virtualmente do encontro, através da plataforma Zoom. A segunda etapa será realizada de forma presencial, em Aparecida do Norte (SP), no período de 29 de agosto a 02 de setembro do corrente ano.
O tema central, em consonância com o processo do Sínodo 2021-2023, convocado pelo Papa Francisco, foi assim definido: “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”.
Ao longo desta semana, foram realizados debates e discussões em torno de seis temas prioritários, dentre eles: o relatório anual do Presidente, o informe econômico e assuntos das Comissões Episcopais para a Liturgia, Tradução dos Textos Litúrgicos (CETEL) e Doutrina da Fé (CEPDF). Além desses, outras 30 temáticas estiveram na pauta dessa etapa virtual: assuntos de estudo, comunicações, análises de conjuntura e os temas que não exigem votações presenciais do episcopado brasileiro.
Conversamos com o bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, acerca de suas impressões sobre o andamento dos trabalhos e seus contributos, particularmente para a Igreja Particular de Nazaré, nesta primeira etapa.
1. Como o senhor avalia esta primeira etapa da 59ª Assembleia Geral dos Bispos, no formato online, como no ano passado, e tendo em vista as temáticas que foram tratadas?
A avaliação desta 1ª etapa da 59ª Assembleia da CNBB, online, é muito positiva dentro do cenário pós-pandemia, permitindo a vivência, mesmo distante, da rica comunhão do episcopado brasileiro. As novas ferramentas de comunicação oferecem meios que agilizam e concretizam os trabalhos da Igreja no Brasil. São propiciados amplos momentos de escuta, debates, discussões e compartilhamento das nossas impressões e reflexões sobre a vasta temática proposta e o momento em que vivemos no Brasil, seus problemas, perspectivas, e como deve ser o engajamento de todos os cristãos. Existem grandes limitações, como: a falta da Celebração Eucarística, juntos; as reuniões reservadas, com garantia de sigilo das conclusões tomadas; e as votações de documentos oficiais não são permitidas pelo Estatuto da CNBB. A 2ª etapa desta Assembleia – não são duas assembleias – acontecerá de 29 de agosto a 02 de setembro de 2022, de forma presencial, em Aparecida-SP. Deus nos concede a graça de participar desta Assembleia Geral da CNBB.
2. Quais os contributos, em linhas gerais, para a nossa caminhada missionária e pastoral, neste ano de 2022, enquanto Igreja Particular?
São muitos os contributos colhidos para a nossa caminhada missionária nesta Igreja Particular da Diocese de Nazaré, a partir do tema central da assembleia: “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”, em sintonia com o processo do Sínodo 2021-2023, convocado pelo Papa Francisco, como: fortalecer a comunidade cristã, para que faça uma experiência de encontro com Jesus Cristo em uma sociedade em rápidas mudanças; manter a CF 2022, “Fraternidade e Educação”, motivando a Pastoral Escolar, tornando a Igreja presente no mundo da educação; celebrar os 70 anos de criação da CNBB e os 15 anos da Conferência de Aparecida; a vivência do processo sinodal da Igreja; abraçar os três grandes eventos que acontecerão neste ano 2022, que marcarão a vida e caminhada da Igreja: a 10ª Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus, o 18º Congresso Eucarístico Nacional e a abertura do 3º Ano Vocacional; a consolidação dos pilares da ação evangelizadora do nosso Plano Diocesano de Pastoral, integrando as pastorais, organismos e a ação missionária da comunidade eclesial (ciente que as pequenas comunidades são espaços de vivência da fé onde se vive amparado e fortalecido no seguimento da palavra de Deus e da vida que o Senhor nos propõe hoje), e a atenção da ministerialidade da Igreja.
3. Como as reflexões em torno do tema central nos ajudarão nos encaminhamentos da fase diocesana do Sínodo dos Bispos, que já estamos vivenciando?
As reflexões nos ajudarão a despertar ainda mais o compromisso de assumir verdadeiramente a comunhão, a participação e a missão, em vista de uma Igreja Sinodal. Precisamos ouvir para saber enxergar os desafios na transmissão da fé e a ideia de uma Igreja que está em saída. Não olhar somente de dentro para dentro da Igreja. Conseguir dialogar e fazer uma síntese desta fase diocesana da real e verdadeira caminhada da Igreja Particular. Não ficar de braços cruzados ou indiferentes, nesta caminhada eclesial, sobre a nossa realidade, mas escutar, discernir e agir para nos formarmos como discípulos missionários, atentos a toda ministerialidade da Igreja, como povo de Deus, voltados para a qualidade e o crescimento da comunidade e do seguimento individual e comunitário do Evangelho de Jesus Cristo. É importante trabalhar processos, do que realizar eventos por eventos. Não adianta a promoção de inúmeros eventos pastorais, se a comunidade não abraça, não se renova e não cresce. Os eventos são importantes dentro de um processo pastoral. Fomos ajudados a avançar. Avancemos com alegria nesse processo da sionodalidade.