Nas alegrias deste Ano Jubilar da Esperança, a Diocese de Nazaré realizou, no dia 5 de agosto de 2025, o Jubileu do Clero. O evento aconteceu, às 19h, na Catedral Nossa Senhora da Conceição, em Nazaré da Mata, dentro da programação da Atualização Teológica do Clero de Nazaré, que ocorreu nos dias 5 e 6 de agosto, no Centro Diocesano de Pastoral (CDP), em Carpina-PE, sob a assessoria de Dom Joel Portella (Bispo de Petrópolis).
A missa do Jubileu do Clero, na Catedral Diocesana, foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, com a presença de Dom Joel Portella. A celebração o reuniu padres e diáconos num momento festivo, inserido nas comemorações dos 107 anos de criação da Igreja Particular de Nazaré (no dia 2 de agosto) e na semana dedicada aos ministérios ordenados (bispos, presbíteros, diáconos).

Em sua homilia, Dom Lucena, ao recordar o Dia do Padre, parabenizou e agradeceu aos presentes. “Que Deus os abençoe e os forlaleça em seu ministério. […] Agradeço pela vossa vida doada ao serviço do Reino, pelo esforço cotidiano, pela generosidade no exercício do ministério, por tudo aquilo que vivem no silêncio e que, às vezes, é acompanhado pelo sofrimento ou pela incompreensão”, disse.
Citando palavras do Papa Leão XIV, na Basílica de São Pedro, por ocasião do Jubileu dos Presbíteros, do qual participaram quase 30 sacerdotes do clero diocesano de Nazaré, o prelado convidou-os a viver a caridade pastoral, a unidade presbiteral e a cultivar em si o desejo de Jesus. “O ministério sacerdotal é um ministério de santificação e de reconciliação para a unidade do Corpo de Cristo. Quanto mais houver unidade entre nós, tanto mais saberemos também conduzir os outros ao redil do Bom Pastor, para viver como irmãos na única casa do Pai”.
E prosseguiu, animando-os a serem pastores da esperança: “sejam pastores da esperança, da esperança que não engana. O padre é sinal de esperança mesmo em meio às dificuldades do mundo atual, mantendo o olhar fixo em Cristo como centro da vida e da missão sacerdotal. […] Ser pastor de esperança é buscar a santidade. Como São João Maria Vianney, o padre se consome pelo bem das almas, caminhando com o povo rumo a Cristo. Recebemos uma graça etraordinária; foi-nos confiado um tesouro precioso do qual somos ministros, servos. E ao servo se pede fidelidade”, declarou.






ATUALIZAÇÃO TEOLÓGICA DO CLERO

A Atualização Teológica do Clero começou na manhã da terça-feira (5) e foi concluída na quarta-feira (6) com o almoço. O tema deste ano foi “Querigma”, abordado pelo bispo de Petrópolis, Dom Joel Portella, que foi Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de 2019 a 2023, e em 2023, foi eleito Presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB.
Inicialmente, buscou-se um olhar para a realidade atual, trazendo, inclusive, dados do último senso de 2022. Constatou-se uma mudança de época que traz novos desafios sociais, culturais, religiosos e pastorais para a Igreja. O assessor destacou que, apesar dos templos cheios e trabalhos realizados, muita coisa parece não fazer mais sentido – referindo-se aos modelos pastorais mais tradicionais (de conservação e devocionismo, por exemplo), que têm o seu valor, mas não respondem totalmente aos anseios e neessidades da pós-modernidade.
“Na sociedade contemporânea, a prática religiosa se mantém, mas os valores mudaram (no âmbito da visão de mundo). Não podemos reduzir a vivência da fé à armadilha do devocionismo, por exemplo. Fica clara a necessidade e urgência de recomeçarmos a partir do essencial: Jesus Cristo, morto e ressuscitado, centro da nossa fé. É esse o caminho do querigma”, pontuou.

Segundo Dom Joel, o querigma é o coração de tudo. Nele está a fonte da esperança que deve ser anunciada ao povo. É um processo vivo, dinâmico e transformador, capaz de tocar os corações mesmo num tempo marcado pelo individualismo e pela desconfiança institucional.
“Se quisermos que a missão seja fecunda, precisamos voltar ao anúncio que transforma e faz arder o coração. O anúncio começa com um sinal que desperta, provoca perguntas, leva à pregação de Jesus Cristo, gera conversão, forma comunidade e causa fascínio”, explicou.
A formação foi concluída, na quarta-feira (6), com uma reflexão sobre como dar forma concreta ao caminho querigmático na vida da Igreja. Foi destacada a importância da “capilarização das paróquias”, ou seja, pensar formas de torná-las mais próximas das pessoas, através da setorização e das pequenas comunidades. “Não basta pedir sinodalidade: é preciso criar estruturas que a tornem possível. O querigma precisa passar pela experiência concreta de comunidade, pelo cuidado com os mais frágeis, pela liturgia viva, pela iniciação à vida cristã. Tudo isso como parte de um único movimento evangelizador”, ressaltou.