No dia dedicado a São João Maria Vianney (04 de agosto), padroeiro dos sacerdotes, foi realizada, em clima de grande festa, a Missa de encerramento do Jubileu Centenário da Diocese de Nazaré. A celebração aconteceu na tarde de ontem, às 16h, e reuniu uma multidão de fiéis em frente à Catedral Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Nazaré da Mata (PE), para agradecer a Deus por todos os eventos significativos que valorizaram e confirmaram a importância histórica desta Igreja Particular ao longo desses 100 anos de Vida e Missão.
A Eucaristia solene foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, e concelebrada pelo bispo auxiliar de Olinda e Recife, Dom Limacêdo Antônio da Silva, filho de Nazaré da Mata. Padres, diáconos, seminaristas, religiosos(as) e leigos(as), advindos das diversas paróquias que compõem esta circunscrição eclesiástica, participaram e abrilhantaram esta solenidade, que marcou o início do bicentenário de criação desta querida Diocese.
Nas palavras de Dom Francisco Lucena, um convite para seguir adiante e avançar na vida e na missão. “Olhando o presente e o futuro da nossa Diocese de Nazaré, temos uma grande oportunidade para renovar o empenho missionário de toda esta Igreja Particular. A nossa vida, em Cristo, é uma missão. Nós próprios somos missão. A missão é santificação nossa e da comunidade. Avante! Avante! Caminhemos como discípulos missionários cada vez mais apaixonados por Jesus e pela sua missão”, motivou.
Na ocasião, também, abrindo solenemente este mês vocacional, houve a cerimônia de ordenação de 11 novos diáconos permanentes para a Igreja Particular de Nazaré: Aguinaldo Francisco da Silva, Daniel Cosmo de Arruda Silva, José Carlos de Freitas Paula, José Ferreira da Silva, João Júlio Barreto Filho, Marcelo Barbosa de Pontes, Marcos Agostinho dos Santos, Marco Antônio da C. Barbosa, Nedson Ximenes dos Santos Júnior, Paulo G. Vasconcelos Silva, Reinaldo Severino Marinho.
O rito de ordenação começou com a apresentação dos candidatos, após a proclamação do Evangelho. Neste momento, o diácono designado pede ao bispo que os ordene, assegurando-lhe que não há dúvidas quanto à idoneidade de cada um deles. Após esse breve diálogo, todos tomam seus devidos lugares e o bispo profere a homilia. Dom Lucena iniciou seu discurso pedindo uma grande salva de palmas para todos os sacerdotes, pelo dia a eles dedicado, e rogou: “Que sejamos sacerdotes santos para santificar o povo de Deus, a fim de que todos sejam um em Cristo!”.
Dirigindo-se aos candidatos, o bispo diocesano exprimiu a natureza do diaconado como uma vocação específica e familiar que chama ao serviço, recordando-lhes a essência e as atribuições do seu ofício: “Deverão eles ajudar o Bispo e seu Presbitério no serviço da Palavra, do altar e da caridade, mostrando-se servos de todos. São ordenados para servir. O serviço como um dos dons característicos do povo de Deus. O diácono é – por assim dizer – o guarda do serviço na Igreja”. E evidenciou: “Vós não sois meio sacerdotes e meio leigos – isto seria ‘funcionalizar’ o diaconado –, sois sacramento do serviço a Deus e aos irmãos”.
Terminada a homilia, apenas os eleitos se levantam e se põem de pé diante do bispo diocesano, que os interroga conjuntamente. Eles exprimem, então, o firme propósito de exercer seu ministério conforme a mente de Cristo e da Igreja, sob a orientação do Bispo. Em seguida, eles se prostram e canta-se a ladainha. Neste momento, toda a Igreja, de pé, implora a graça de Deus em favor dos eleitos. Concluída a ladainha, os eleitos se ajoelham diante do Bispo, que impõe a mão sobre a cabeça de cada um, em silêncio.
Os momentos finais do rito consistem na prece de ordenação, feita pelo Bispo, seguida da imposição das vestes, quando os já ordenados recebem a estola diaconal e a dalmática, auxiliados por suas respectivas esposas; terminando com a entrega do livro dos Evangelhos e a o abraço da paz – pelo Bispo e diáconos presentes – em acolhida aos neodiáconos.
Uma acolhida oficial também foi feita pelo diácono permanente Otacílio Vieira de França (Diocese de Nazaré), presidente da Comissão Regional dos Diáconos (CRD) no Regional NE 2 da CNBB e coordenador Escola Diaconal São Lourenço Mártir. O Diácono Otacílio agradeceu as orações e a cooperação de todos, e animou os novos diáconos permanentes, como servidores da casa do Senhor, a desenvolverem com zelo e ardor seus trabalhos nas respectivas paróquias em que estão inseridos.
Agora, como ministros do altar, os neodiáconos irão proclamar o Evangelho, preparar o sacrifício e repartir entre os fiéis o Corpo e Sangue do Senhor. Além disso, por mandato do Bispo Diocesano, eles poderão exortar e instruir na sagrada doutrina todos os fiéis. Poderão, ainda, presidir as orações, administrar o Batismo, assistir e abençoar os Matrimônios, levar o Viático aos agonizantes e oficiar as Exéquias.
Alegria e esperança são palavras marcantes neste momento e para este novo tempo. Alegria por tudo o que foi construído e celebrado; e esperança pelo que está sendo vivido e pelo que virá. Palavra enfática de Dom Francisco Lucena, em suas últimas declarações, foi a de uma renovação urgente e indispensável em todas as estruturas eclesiais para não acabarmos num museu. “As coisas devem ser sempre renovadas: renovar nossos corações, renovar as estruturas paroquiais, renovar os grupos, porque, caso contrário, acabaremos todos num museu. Devemos renovar tudo para não acabarmos no museu”, alertou.