Na reunião do clero deste mês de março, que aconteceu, como de costume, no Centro Diocesano de Pastoral, em Carpina-PE, na última terça-feira, 08 de março de 2022, o bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, motivou a vivência do tempo quaresmal, falou sobre o mutirão de confissões, as festas de São José, o retiro anual do clero e sobre o ponto eletrônico dos funcionários, dentre outras pautas.
No início, após a oração do Ofício das Leituras, Dom Lucena começou com uma palavra aos padres acerca do zelo e dignidade da vocação presbiteral, que, segundo ele, não pode ser vivida de forma autônoma, autossuficiente, sem o devido acompanhamento e proximidade fraterna. “Não se pode viver no isolamento. Nós temos muitas lacunas e fragilidades que precisam ser revisadas. Precisa-se de oração, de um bom diretor espiritual e até mesmo de um bom profissional”, salientou.
O prelado recordou que o sacerdócio não é um meio de vida, mas uma vocação. “Mas a realidade, na prática, parece ser bem diferente”, lamentou, defendendo que a dignidade sacerdotal não está na função exercida, mas no dom da vocação em si; e que não se pode esquecer a espiritualidade. O reflexo dessas incoerências, afirmou, pode ser visto na administração e na ação pastoral. “Fortaleçamo-nos rezando e assumindo verdadeiramente a nossa vida”, instigou.
Esses e outros assuntos serão tratados no retiro anual do clero, que acontecerá no período de 28 de março a 01 de abril, no Convento Ipuarana, em Lagoa Seca-PB. O pregador do retiro será bispo de Palmares-PE, Dom Fernando Barbosa dos Santos, CM. Os diáconos transitórios, cuja ordenação está prevista para maio deste ano, também participarão do encontro. Na ocasião, foi entregue a todos a carta do retiro e o encarte 2022 revisado do Plano Diocesano de Pastoral (2020-2023).
QUARESMA
“O próprio tempo nos motiva. Aproveitemos!”, com essas palavras o bispo diocesano desejou a todos uma santa caminhada quaresmal e convidou a uma revisão e mudança nos formatos, ultrapassados, que ainda usados na ação pastoral e evangelizadora. “Onde está a catequese e o acompanhamento pastoral nas comunidades paroquiais? É preciso dar uma resposta pastoral urgente. O tempo da quaresma é um convite a rever estas questões. É preciso ter visão pastoral, para não se manter engessado em padrões ultrapassados que não são mais funcionais”, exortou.
Sobre o mutirão de confissões, que acontece todos os anos nas paróquias, por região pastoral, o bispo sugeriu que ele seja realizado não só à noite, como vinha sendo feito, mas o dia todo, em horários determinados, com uma celebração penitencial introdutória (para ensinar, orientar as pessoas) e divulgação nas redes, carros de som, programas de rádio, motivando o povo de Deus a participar. A proposta é que seja algo descentralizado, não só na matriz, mas nas capelas e grandes comunidades. “Não é só confissão, mas fraternidade sacerdotal”, disse.
Referente às festividades em honra a São José, a recomendação é que se observem as orientações municipais. “Procissões grandes não precisam ser feitas. Usar o bom senso”, falou Dom Lucena, ao recordar que grandes eventos ainda não estão liberados. Reuniões, encontros e formações podem acontecer normalmente, com os devidos cuidados.
PONTO ELETRÔNICO DOS FUNCIONÁRIOS
Tendo em vista alguns problemas de adaptação e regularização no uso do aplicativo do ponto eletrônico para os funcionários, o bispo diocesano convidou o contador da diocese, Jailson Gomes, para trazer algumas orientações. A primeira é que deve haver uma definição prévia da jornada de trabalho dos funcionários, bem como o efetivo cumprimento dos horários determinados. O objetivo do aplicativo é facilitar e melhor administrar uma série de questões referentes às horas extras, faltas, intervalo de descanso e almoço etc.
O desafio, ainda, é encontrar uma saída, junto ao sindicato, para situações que envolvem o horário de alguns funcionários, como os sacristãos, por exemplo, os que trabalham em casas de encontro, tendo em vista que os horários de trabalho acontecem em feriados e finais de semana, sobretudo aos domingos. O banco de horas ainda não resolve todos os problemas nestes casos.
OUTRAS PAUTAS
Em dado momento, o padre José Ramos, coordenador da Comissão Diocesana da Cultura e Educação, e os padres Marcos Henrique (Pastoral Universitária) e Luiz Jorge (Pastoral Escolar) falaram do acordo de cooperação técnica, científica, tecnológica e cultural entre a Diocese de Nazaré e a Universidade de Pernambuco (UPE). O convênio já foi assinado e as inscrições para os serviços gratuitos oferecidos já estão acontecendo.
Dentre as práticas desenvolvidas pela UPE, a diocese elegeu duas: o Prevupe (pré-vestibular) e um curso de inclusão digital. Ficará ao encargo da universidade o envio dos professores/instrutores – estudantes em formação, que empregam 10% da carga horária do seu curso em atividades de extensão. Foi entregue a todos um material com as instruções necessárias para a implantação e funcionamento desses trabalhos nas paróquias.
Essa é uma ação concreta da Igreja Particular de Nazaré mediante o tema da Campanha da Fraternidade 2022 (CF/2022): “Fraternidade e Educação”, com o lema: “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26). Advertiu-se, contudo, inclusive na fala do bispo diocesano, que todo o trabalho referente à CF/2022 não deve se resumir a esse convênio, que é importante, mas é necessário que a pastoral escolar e a pastoral universitária pensem em metas e trabalhos em longo prazo.
Também motivada pela Campanha da Fraternidade deste ano, bem como pelo Plano Diocesano de Pastoral (2020-2023), a Pastoral da Comunicação (Pascom) estará promovendo uma série de formações mensais online em comunicação pastoral. A novidade foi comunicada por Dênes Souza, da Pascom diocesana, que destacou a importância desse trabalho junto aos agentes paroquiais e disse que mais detalhes sobre os encontros e as inscrições serão divulgadas em breve.
Na sequência, o padre Ayrton Barbosa informou que a abertura da Escola Diocesana da Família acontecerá no dia 26 de março de 2022, no CDP, às 08h. Fichas de matrícula serão enviadas aos padres e coordenadores paroquiais e devem ser devolvidas no dia da primeira aula (serão cinco pessoas por paróquia/área pastoral). A Escola da Família é destinada aos agentes da Pastoral Familiar e pessoas engajadas, em vista de uma melhor estruturação da referida pastoral nas paróquias que ainda não possuem.
Nesse âmbito, Dom Lucena também comentou sobre os trabalhos de reativação da Escola Diaconal, que já estão acontecendo, e apontou alguns critérios para a escolha dos candidatos: alguém que esteja presente na comunidade, que seja ministro da eucaristia; e dar preferência as paróquias que não tenham diáconos. “Alguns requisitos precisam ser modificados. O diácono não é um mini-padre”, enfatizou.
Posteriormente, o coordenador diocesano de pastoral, padre Pedro Nascimento, recordou que no dia 31 de março de 2022 é a conclusão da fase de escuta paroquial para o Sínodo 2023, e que até 30 de abril do corrente ano as sínteses paroquiais devem ser enviadas para a coordenação dos respectivos regionais. “Não escutar apenas quem está na ação pastoral, mas em outros movimentos, associações e organismos sociais”, pontuou.
O bispo diocesano informou que a obras no Centro Pastoral já começaram – a casa do clero já começou a ser construída – e lembrou que as paróquias devem enviar a documentação necessária do Conselho de Assuntos Econômicos (CAEP), com os nomes dos integrantes, para receberem a devida provisão da Cúria Diocesana.