Sete novos diáconos transitórios foram ordenados para a Igreja Particular de Nazaré na tarde do último sábado, 25 de junho de 2022: Alvaro Benicio de Gusmão Bezerra, Edivan de Arruda Vasconcelos, Elias Jordan Travassos de Sousa, João Claudino de Santana Júnior, Julio César Nascimento Dias, Luiz Felipe da Silva e Maxi Pacifico dos Santos.
A solene celebração eucarística aconteceu, às 17h, na Igreja Matriz de São Sebastião, em Surubim-PE, e foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena. Participaram da missa de ordenação padres e diáconos do clero diocesano, seminaristas, religiosos(as), familiares e o povo de Deus, inclusive de outras paróquias da diocese.
Em suas primeiras palavras, no início da homilia, Dom Lucena lembrou que o diácono é chamado a ser servidor, especialmente dos mais pobres e sofredores. “Os diáconos têm a sua espiritualidade própria, centrada no seguimento de Jesus Cristo servidor. O diácono é chamado a ser servidor do Senhor e de sua Igreja. O diaconado é um grande dom de Deus, mas não pode ser entendido como honraria ou fonte de privilégios; o diaconado é serviço enquanto ministério ordenado. Para exercer o diaconado é preciso ter o coração e a vida de servo do Senhor e de servidor da Igreja”, destacou.
Rememorando o relato da instituição dos primeiros diáconos da Igreja, o prelado declarou: “Os apóstolos escolheram sete homens – e vocês são sete – cheios do Espírito Santo e de sabedoria, e lhes impuseram as mãos, em primeiro lugar para o serviço da caridade, da partilha do pão entre os mais pobres. A Igreja Particular de Nazaré repete hoje aquele gesto apostólico, confiando a estes nossos sete irmãos o ministério diaconal, suplicando a Deus que estejam sempre cheios do Espírito Santo e de sabedoria, como os primeiros diáconos, a fim de se tornarem verdadeiros servidores de Cristo, desde as origens apostólicas”.
Sendo geralmente curto o tempo de experiencia diaconal para os que serão ordenados presbíteros, o bispo instruiu-os a redobrar os esforços para vivê-lo ainda mais intensamente através do tríplice serviço que lhes é confiado: o serviço do altar, o serviço da palavra, o serviço da caridade. “O tríplice serviço prestado pelos diáconos deve ser vivido de modo harmônico, sem descuidar de nenhum dos três”, salientou.
Numa Igreja que quer ser missionária, o serviço da Palavra reveste-se de uma importância cada vez maior. Por essa razão, os ordenandos, no rito da ordenação diaconal, recebem o livro dos Evangelhos. Sobre isso, disse Dom Francisco Lucena: “Guardem no coração e procurem viver o que a Igreja lhes diz no momento da entrega da Bíblia. ‘Transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que creres e procura realizar o que ensinares’. Sejam ouvintes e praticantes da Palavra de Deus! Ajudem o nosso povo a conhecer e a viver a Palavra de Deus. Proclamem a Palavra de Deus não apenas nas celebrações litúrgicas, mas no dia a dia, evangelizando através do testemunho”.
E prosseguiu “Lembrem-se, também, da dignidade do serviço do altar, que irão desempenhar através da colaboração nas celebrações da eucaristia, nas funções que lhes são próprias: na celebração dos sacramentos do batismo e do matrimonio, e nas celebrações da Palavra. Rezem com a Igreja e pela Igreja a Liturgia das Horas. A vida de oração dos ministros ordenados seja estímulo para os fiéis rezarem sempre mais e melhor. Tenham sempre zelo pela liturgia e participem do altar não apenas como executores de tarefas, mas como ministros, que dele se aproxima buscando a santidade e a graça de Deus”, orientou.
Ao receber o ministério diaconal, cada um dos novos diáconos assume o compromisso de celibato como expressão da oferta total de sua vida pelo Reino de Deus; sinal da sua disponibilidade generosa de amar e servir a Deus e a todos e todas. “O celibato não é uma simples renúncia ao casamento para viver sem compromisso; o simples não se casar poderia ser até cômodo no mundo de hoje, com tantos desafios para a vida matrimonial. Sendo o celibato pelo Reino de Deus, somente poderá ser vivido sustentado pela acolhida constante da graça de Deus, por uma vida intensa de oração e meditação da palavra, que tem seu ápice na eucaristia, e ainda através do amor fraterno e da caridade pastoral. O celibato deve ser vivido na castidade, com esforço sincero e a confiança na graça de Deus. Ele se torna fonte de alegria e de fecundidade espiritual para os que se dispõem a vivê-lo com coerência e responsabilidade. O ministério diaconal, meus caros, é graça, é dom de Deus”, reiterou o bispo diocesano.
Dom Lucena concluiu seu discurso encorajando-os a não terem medo dos desafios pastorais e exigências do ministério. “‘Não tenhas medo, eu estarei contigo’, é a palavra que o Senhor dirige hoje aos novos diáconos. […] Não tenham medo diante dos desafios pastorais e exigências do ministério. Além disso, os novos diáconos também podem contar com a oração e apoio fraterno da Igreja, de familiares, amigos, OVS, membros do povo de Deus aqui presentes e muitos que estão unidos a nós pelos meios de comunicação que transmitem esta celebração. Meus caríssimos, contem também com os irmãos do clero, ao qual passam a pertencer, e também com meu afeto e benção de paz e pastor”.
Conforme o rito de ordenação, após a homilia, os candidatos, diante do bispo e de todos os fiéis, exprimem o firme propósito de exercer o seu ministério segundo a mente de Cristo e da Igreja, sob a orientação do bispo. Na ladainha, todos imploram a graça de Deus em favor dos candidatos. Pela imposição das mãos do bispo e pela prece de Ordenação, será conferido aos ordinandos o dom do Espírito Santo para o exercício do ministério diaconal. Logo depois da Prece de Ordenação, os ordenados são revestidos, por alguns presbíteros, da estola diaconal e da dalmática (trazidas por seus familiares), pelas quais se manifestam externamente o seu ministério na liturgia. Pela entrega do livro dos evangelhos, é simbolizada a sua missão no anúncio do evangelho. Pelo abraço da paz, o bispo manifesta por um sinal externo a aceitação dos ordenados no seu ministério.
Ao fim da celebração, o neodiácono Elias Jordan, filho da Paróquia São Sebastião de Surubim, externou sua gratidão em nome do grupo, recordando o lema diaconal escolhido (“Nos fizeste para vós”), “que na profunda experiência mística de sua vida Santo Agostinho expressou, tornou-se inspiração de nossa caminhada vocacional”, partilhou. “É para Ele que fomos criados, na dinâmica gratuidade de Seu amor. O amor ao outro e aos outros, para o qual Ele nos convida, serve para que entendamos para o que, de fato, fomos chamados: para o serviço, para a doação. […] Segundo a tradição apostólica de Hipólito de Roma, somos ordenados para o serviço à Igreja na pessoa do bispo. Portanto, Dom Francisco, eis-nos aqui para transformar, realizar e ensinar a fé que a graça divina nos concede e que por meio da Igreja professamos e somos chamados a ser mensageiros”, disse.
Fotos: Pascom São José (Surubim)