A 58ª edição da Assembleia Pastoral do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB NE 2) aconteceu entre os dias 26 e 28 de setembro de 2023, no Convento Ipuarana, em Lagoa Seca (PB), e refletiu sobre o tema “Diocesaneidade: ser igreja a partir da igreja local”. O encontro reuniu cerca de 150 pessoas de Alagoas, da Paraíba, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, entre bispos, padres, diáconos, religiosos(as), seminaristas e leigos(as).
Da Diocese de Nazaré-PE, participaram o bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, o padre José Paim (representante do núcleo diocesano da CRB), padre Pedro Nascimento (coordenação diocesana de pastoral), padre Aluísio Ramos (representante do clero diocesano) e mais dois leigos: Luis Souza (Umari) e Jair Nascimento (Comunidade Católica Missionária Crux Sacra).
A assembleia foi concluída com a missa de envio, às 17h da quinta-feira (28/9). A liturgia foi presidida pelo bispo de Cajazeiras-PB e presidente da CNBB Nordeste 2, dom Francisco de Sales, e concelebrada por dom Antônio Carlos e pelo bispo de Pesqueira-PE e secretário da CNBB NE 2, dom José Ferreira Salles. A Assembleia Pastoral Regional é o principal evento da CNBB NE 2, pois é durante sua realização que são debatidos os desafios, avaliados os avanços e definidas as novas diretrizes para as ações pastorais e evangelizadoras.
Em dado momento, dom Francisco de Sales destacou que a assembleia é o primeiro encontro dos pastores e das outras lideranças engajadas nas igrejas particulares das 4 arquidioceses e 17 dioceses que compõem o território eclesiástico. De acordo com o religioso, o tema da diocesaneidade enriqueceu ainda mais esse momento de celebração da comunhão, mas também de olhar para a ação pastoral.
Para ajudar no debate e na construção das proposições, o arcebispo de Goiania-GO e primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino, conduziu um ciclo de formações aprofundando a temática proposta. O assessor apresentou as conferências: “Igreja local e diocesaneidade”; “Relações entre diocesaneidade, sinodalidade e missionariedade”; e “Sujeitos eclesiais e diocesaneidade”.
“Aqueles ‘quatro elementos constitutivos da diocesaneidade: a diocese, o bispo diocesano, a comunhão presbiteral entre os membros do presbitério e o Povo de Deus’ podem se referir a todos os outros membros da Igreja diocesana. O eixo desses quatro elementos é sempre a comunhão originada na pertença. A diocese é uma família, e como tal, todos os membros são chamados a se autocompreenderem como membros desta grande família. Daqui deriva a relação de diocesaneidade com sinodalidade”, afirmou dom Justino.
Durante o encontro, os participantes, divididos em dez grupos, puderam debater a diocesaneidade nas mais diversas realidades eclesiais e responder três provocações apresentadas por dom Justino: “Como desenvolver o senso de pertença qual diocesaneidade em meio à diversidade singular dos sujeitos eclesiais?”; “O que compromete mais a diocesaneidade: um modelo avançado de comunicação que rompe não só limites territoriais, mas estabelece novos vínculos de ‘seguimentos’”?; “Como ‘diocesaneizar’ movimentos eclesiais que chegam à diocese e se impõem a partir de suas identidades? Como não fechar as dioceses às novidades do Espírito e ao mesmo tempo não fazer dela uma Igreja ‘globalizada’ (no sentido de enfraquecer sua história e identidade)?”.
A partir das perguntas, os grupos, conduzido por padres coordenadores diocesanos de pastoral, elaboraram as primeiras pistas para a composição da síntese. As sugestões foram apresentadas e debatidas na tarde de quinta-feira, em plenário, quando todos votaram a síntese – documento final com as diretrizes pastorais para o Nordeste 2.
Na noite de abertura (terça-feira, 26/9), após a acolhida do anfitrião, o bispo da Diocese de Campina Grande (PB), dom Dulcênio Fontes de Matos, e de dom Francisco de Sales, os participantes fizeram a leitura orante do trecho bíblico norteador do evento: “O que vimos, ouvimos e tocamos, nós vos anunciamos” (1Jo 1,1-3) – lema. A Lectio Divina foi conduzida pelo arcebispo de Olinda e Recife (PE), dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, que destacou a unidade como um dos grandes objetivos do mergulho na Palavra de Deus.
Informações e fotos CNBB NE2