Na manhã desta quinta-feira, 1º de abril, às 08h, o bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, presidiu a Missa dos Santos Óleos na Catedral Diocesana, em Nazaré da Mata-PE. Em função das medidas preventivas contra a Covid-19, a celebração contou com a participação restrita do clero e de alguns seminaristas e foi transmitida pelas redes sociais da Paróquia Nossa Senhora da Conceição (Facebook e Youtube).
É na Missa do Crisma, como também é chamada, que acontecem dois momentos importantes: a bênção e consagração dos santos óleos, usados nos diversos sacramentos: óleo dos Catecúmenos (no Batismo), óleo do Crisma (na Confirmação) e o óleo da Unção dos Enfermos; e a renovação das promessas sacerdotais, assumidas por cada presbítero no dia de sua ordenação.
Dirigindo-se aos padres presentes, no início de sua homilia, Dom Lucena recordou que a Quinta-feira Santa é o dia em que o senhor confiou aos apóstolos a tarefa sacerdotal de celebrar, no pão e no vinho, o sacramento do seu corpo e do seu sangue, até a sua volta, e convidou-os a regressarem à hora em que Jesus Cristo “impôs suas mãos sobre nós e nos tornou partícipes deste mistério”:
“Reflitamos sobre os sinais em que o sacramento nos foi concedido; no centro encontra-se o gesto da imposição das mãos, com o qual Jesus Cristo tomou posse de mim, dizendo: ‘tu me pertences’ – tomou posse de nós. Mas com isso disse também: ‘tu estás sob a proteção de minhas mãos, sob a proteção do meu coração; tu estás conservado na palma de minha mão. E é precisamente assim que te encontras, na vastidão do meu amor. Permanece no espaço das minhas mãos e dá-me as tuas’”.
Dando continuidade a sua reflexão, o bispo enalteceu as mãos ungidas do presbítero, ungidas com o óleo, sinal do Espírito Santo e da sua força, a fim de que sejam instrumentos do serviço e expressão da missão:
“As mãos ungidas devem constituir um sinal da sua capacidade de doar, da criatividade no ato de modelar o mundo com amor, e por isso temos necessidade do Espírito Santo. (…) Hoje, caríssimos irmãos, voltemos a colocar as nossas mãos à sua disposição e peçamos-lhe que nos tome novamente pelas mãos e que nos oriente”, disse.
Ao discorrer sobre a essência do sacerdócio, o prelado declarou que ser sacerdote significa tornar-se amigo de Jesus Cristo:
“O mundo tem necessidade do Deus de Jesus Cristo, do Deus que se fez carne e sangue, que nos amou a ponto de morrer por nós, que ressuscitou e criou em si mesmo um espaço para o homem. Este Deus deve viver em nós, e nós nele. Esta é a nossa vocação sacerdotal. Somente deste modo o nosso agir presbiteral pode dar frutos. Oferecer sempre a nossa vida, as nossas mãos pelo Senhor, como servos”.
Referindo-se a Cristo Jesus como o ungido do Pai, por excelência, Dom Francisco Lucena rememorou que todos os cristãos também foram ungidos pelo Espírito de Cristo. Daí a riqueza do simbolismo que repassa a celebração da Missa Crismal, em que são abençoados os santos óleos.
“Todos os óleos serão encaminhados para cada paróquia desta querida Diocese de Nazaré, sinal de unidade e de renovação dos sinais. Peçamos ao Senhor, amados irmãos e irmãs, que nos encha com a alegria da sua mensagem, a fim de podermos servir com zelo a sua verdade e seu amor. E neste ano, dedicado a São José, peço: ‘vinde, São José, em nossa ajuda, e que cheguemos ao fim desta pandemia da Covid-19 e de todas as pandemias que tocam, que destroem a vida do nosso povo’. Muito mais forte que a pandemia, mais forte mesmo, é a força da ressurreição do Senhor”, enfatizou.
O rito de renovação das promessas sacerdotais aconteceu após a homilia. A bênção do óleo dos enfermos foi realizada antes da comunhão; depois da comunhão, foram abençoados o óleo dos catecúmenos e do crisma.
O santo Crisma (mistura de óleo com perfume) simboliza o próprio Espírito Santo (no Batismo, na Confirmação e na Ordem), com o qual Jesus foi consagrado para a missão messiânica, além de ser utilizado para a consagração do altar e a dedicação das igrejas. O óleo dos catecúmenos indica a fortaleza na luta da vida cristã. O óleo dos enfermos, usado pelos sacerdotes na unção dos doentes, é sinal de força, alívio, conforto, perdão e libertação.
No final da celebração, o bispo diocesano agradeceu o trabalho de todos os agentes ligados à pastoral da comunicação, na ação de transmitirem as celebrações em todas as paróquias, áreas pastorais, setores e comunidades; recordou aos padres as orientações para a realização do Tríduo Pascal e também para os próximos dias (no período de 1º a 25 de abril de 2021); e se mostrou solidário a todos os infectados, as famílias enlutadas e aos profissionais de saúde.
“Rezemos para que esta pandemia passe. Rezemos para que a vacina chegue para todas as pessoas, urgentemente; e que possamos manter os nossos cuidados (distanciamento social, uso de máscara, higienização)”, lembrou.
Fotos: Pascom Nazaré