Padres da Igreja Particular de Nazaré reuniram-se na manhã desta Quinta-feira Santa,14 de abril de 2022, para a tradicional Missa do Crisma, na qual acontece a renovação das promessas sacerdotais e a bênção dos santos óleos, usados nos diversos sacramentos durante todo o ano. A celebração aconteceu na Catedral Nossa Senhora da Conceição, em Nazaré da Mata-PE, às 09h, e foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena.
“Que bom estarmos aqui!”. Em suas palavras iniciais, Dom Lucena saudou os seus irmãos no sacerdócio, seminaristas, diáconos, religiosos(as), consagrados(as) e leigos(as) reunidos na Igreja Mãe da Diocese de Nazaré, bem como todos os que rezaram, em unidade, por meio das redes sociais.
Na homilia, o bispo diocesano falou do tesouro do sacerdote e da alegria de estarem juntos: “como é bom estarmos aqui, marcando nossa presença diante do Senhor Jesus, crucificado e ressuscitado, estarmos juntos, rezarmos juntos, refazer nossas forças ao redor da eucaristia, que é nosso tesouro. Sim, o tesouro do sacerdote, que preside a santa missa e para isso é ordenado”.
Feliz por iniciar esta Quinta-feira Santa celebrando a missa crismal, com a presença dos fiéis, graças à diminuição da Covid-19, fruto da vacinação da população, o prelado expressou: “esta celebração é ponto alto da vida do clero, em especial para os presbíteros; é dia de receber o amor de Cristo, que chama e renova o propósito de segui-lo, através da renovação das promessas sacerdotais. A cada ano, na missa crismal, somos convidados a renovar nosso ‘sim’, a chamada de Deus que pronunciados no dia de nossa ordenação sacerdotal. […] O próprio Senhor Jesus, pelas mãos do bispo, impôs suas mãos sobre nós, nos consagrou e ungiu para a missão”.
E declarou: “Somos ungidos para ungir. Não somos distribuidores de azeite em garrafas; ungimos distribuindo-nos a nós mesmos, distribuindo a nossa vocação e o nosso coração. Enquanto ungimos, somos de novo ungidos pela fé e pela feição do nosso povo. Ungimos sujando as nossas mãos ao tocar as feridas, os pecados, as amarguras do povo; ungimos perfumando as nossas mãos ao tocar a sua fé, as suas esperanças e sua fidelidade, e generosidade sem reservas da sua doação. ‘Aquele que apende a ungir e a abençoar fica curado da mesquinhez, do abuso e da crueldade’, ensina-nos o nosso querido Papa Francisco”.
Dom Francisco Lucena ainda instigou uma reflexão acerca da razão de ser do sacerdócio: “Sacerdotes para quê? Para estar diante de Deus e o servir na pessoa dos irmãos e irmãs. Esta é a essência do ministério sacerdotal. Grandiosa é a missão que cada um recebeu; grande é a missão do sacerdote. Você é privilegiado, um escolhido por Deus entre tantos. Agradeça a escolha que Deus fez de você! O chamado e a unção são fontes de alegria”, animou.
Depois da homilia, os presbíteros, juntamente com o bispo, renovaram seus compromissos sacerdotais. O gesto faz memória a instituição do sacerdócio.
Em seguida, aconteceu a procissão com a apresentação dos óleos e do perfume, levados ao altar junto com o pão, o vinho e a água. É por isso que esta celebração também é conhecida como Missa dos Santos Óleos, uma vez que, na ocasião, são abençoados os óleos dos Catecúmenos, usado no Sacramento do Batismo, e dos Enfermos, utilizado no Sacramento da Unção dos Enfermos, e é consagrado o óleo do Crisma, utilizado nos sacramentos da Confirmação, da Ordem e também do Batismo.
“Vamos abençoar os santos óleos, para ungir o povo de Deus. Nos sacramentos, o Senhor Jesus nos toca por meio dos elementos da criação. Os sacramentos são expressão da corporeidade de nossa fé, que abraçam o corpo e a alma, a pessoa inteira. Como faz bem considerarmos isto: Deus assume nossa corporeidade, Deus assume nossas fraquezas, nossas inseguranças e dúvidas; Deus sabe que desejamos ser sempre melhores, mas nossas forças às vezes não ajudam. Então, Deus vem ao nosso encontro como bom samaritano e derrama óleo sobre as nossas feridas”, explicou.
Em suas últimas colocações, na homilia, Dom Lucena externou sua gratidão a todos os sacerdotes: “Permitam-me externar a todos os sacerdotes aqui presentes, e àqueles que acompanham também (não estão por falta de saúde), minha gratidão. Que sejam realizados no ministério presbiteral! Não digo ‘sejam felizes’, da felicidade do mundo. Não! Um mundo que não ama a cruz. Mas sejam felizes da felicidade do Evangelho, que inclui a cruz, a qual, paradoxalmente, é motivo de alegria. Rezemos, irmãos caríssimos, colocando-nos com Jesus no meio do nosso povo. Eis o lugar melhor! O Pai renove em nós a efusão do seu Espírito de santidade e faça com que nos unamos para implorar a sua misericórdia para o povo que nos está confiado e pelo mundo inteiro, ferido pelas diversas formas de guerra e ódio. Assim, as multidões dos povos, reunidos em Cristo, podem tornar-se o único povo fiel de Deus, que terá a sua plenitude no Reino de Deus. Amém!”.
Ao final da santa missa, o bispo motivou todos os sacerdotes, diáconos e o povo de Deus a celebrarem o Tríduo Pascal com muita piedade. “Pedimos a todas as pessoas que participem das celebrações nas suas comunidades, nas suas paróquias, nas suas capelas, onde serão celebrados todos estes momentos. Que possamos vivenciar com toda alegria!”, animou.
A abertura do Tríduo Pascal acontece na tarde desta Quinta-feira Santa, com a missa da Ceia do Senhor, na alegria de realizar, neste ano, recordou o prelado, o rito lava-pés, após dois anos sem poder fazê-lo em virtude da pandemia, bem como as tradicionais procissões, tanto no interior das igrejas (transladação do Santíssimo Sacramento), como as outras pelas ruas da cidade.
“Um momento forte, uma emoção de toda a nossa vida, de toda a nossa existência, em todos os municípios da nossa querida Diocese de Nazaré (os 35 municípios estarão celebrando). […] Que possamos fazer isso com muita alegria, agradecendo a Deus por este momento, já superando todas estas dificuldades da pandemia”, exprimiu.
Na Catedral Diocesana, a missa da Ceia do Senhor acontece às 19h e contará com a participação de educadores do município no rito do lava-pés, em consonância com a Campanha da Fraternidade 2022, que tem como tema “Fraternidade e Educação” e lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26). Confira a programação das celebrações que serão presididas pelo bispo diocesano na Paróquia Catedral, em Nazaré da Mata-PE.
Dom Francisco Lucena também fez um agradecimento especial à Pastoral da Comunicação (Pascom) de cada comunidade eclesial, de cada paróquia, que esteve realizando um importante trabalho ao longo desse período, “um trabalho que continua e cada vez se intensificando mais, para que a alegria do Evangelho será transmitida a todas as pessoas”, ressaltou. Aproveitou, ainda, para desejar a todos os padres e aos presentes uma santa e feliz Páscoa. “Que sigamos renovados e fortalecidos na alegria do Senhor!”.
Fotos: Pascom Nazaré