O último dia da 21ª Assembleia Diocesana de Pastoral, na manhã deste sábado (20), começou com um momento de oração conduzido por padres e leigos da Região Pastoral Carpina. No comentário inicial, um lembrete de que, pelo batismo, “nos tornamos discípulos missionários e chamados a atender ao pedido de Jesus para pregar o evangelho a toda criatura”. Cânticos, orações, acolhida à Palavra de Deus e leituras (At 2, 42-47) compuseram este momento.
Após a oração de abertura, o coordenador diocesano de pastoral, padre Pedro Nascimento, tomou a palavra e apresentou, em linhas gerais, alguns dos pontos sugeridos nas sínteses regionais, chamando atenção para que não se proponham coisas que já existem, mas indicando caminhos concretos de como realizá-las, vivenciá-las.
O bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, também corroborou a declaração, afirmando que muitas realidades já existem e constam no plano pastoral vigente, embora precisem ser dinamizadas, como as quintas-feiras de adoração, por exemplo. “Temos que pensar como podemos dinamizar este dia, que já é algo que acontece nas paróquias. Mas precisamos melhorar, para aproveitá-lo bem; definir horários, atividades e pessoas que serão envolvidas nesse momento”, disse.
O prelado insistiu que se deve pensar em ações que permaneçam, que não sejam transitórias, e cuja responsabilidade seja assumida por cada um. “Tudo o que for definido é para permanecer; algo que envolva, engaje e firme toda a comunidade. Não colocar coisas para os outros fazerem. Somos nós que temos que fazer!”, asseverou.
O padre Pedro citou, ainda, uma proposição sobre criar esquipes de intercessão para rezar pelo bom êxito do Congresso Eucarístico, esclarecendo que as paróquias e comunidades da diocese já contam com diversos grupos que podem assumir essa missão, juntamente com todos os fiéis, inclusive nas adorações e celebrações eucarísticas e da palavra.
Após essas colocações introdutórias, os grupos, por região pastoral, voltaram a se reunir para um último diálogo acerca das proposições, antes da definição final dos itens que irão compor o conjunto de ações concretas para 2022, em torno de cada pilar (Palavra, Pão, Caridade e Missão), sobretudo o da Caridade, evidenciando, também, o Congresso Eucarístico Nacional (CEN) e o Sínodo dos Bispos.
Para 2022, centrado do pilar da Caridade, já constam no Plano Diocesano de Pastoral (2020-2023) as seguintes ações: estruturar as pastorais sociais, criar uma coordenação diocesana da Pessoa com Deficiência, criar e/ou fortalecer a atuação da Pastoral Carcerária nas paróquias, elaborar um projeto diocesano de ação social, fortalecer a pastoral dos Catadores e Recicladores, promover atividades de promoção à cidadania, criar grupo de escuta, incentivar e orientar a comunidade na vivência da fé e da cidadania, redimensionar a Escola Diaconal, fortalecer o trabalho vicentino nas paróquias.
Durante a plenária, foi feito um alerta para que a pastoral social e suas ações não se revistam de assistencialismo. A vivência da partilha, por meio da doação de alimentos, é importante e deve ser incentivada, mas não se pode esquecer do compromisso para com o desenvolvimento integral da pessoa humana e resgate de sua dignidade. No âmbito das questões sociais, foi evidenciada uma proposição referente ao trabalho com jovens e crianças através da música, visto ser algo que congrega, reúne, e que deve partir de experiências a nível paroquial.
Chamou-se atenção para o fato de que muitas das propostas feitas são repetições do que já se encontra no plano pastoral. Isso indicia que os objetivos ainda não foram alcançados e, ao mesmo tempo, nos adverte a encontrar maneiras de concretizá-los. Um trabalho voltado para pessoas com deficiência, por exemplo, já está contemplado no Plano Diocesano de Pastoral; deve-se pensar, contudo, em como fazê-lo acontecer.
Outros encaminhamentos dados:
– Fortalecer e ampliar o trabalho com as crianças a partir da Infância e Adolescência Missionária (IAM), que agora será assessorada pelo padre Rafael Alves. Esse anúncio foi feito pelo bispo durante a assembleia, que confirmou a importância de um fortalecimento no trabalho com esse público, que é uma força viva e animadora nas nossas comunidades;
– Aproveitar a realização do Congresso Eucarístico Nacional (CEN), no próximo ano, para abrir horizontes de experiências eucarísticas em nossas comunidades paroquiais, rezando a oração do congresso nas celebrações como forma de unidade de preparação;
– Promover formações para aprofundar a temática do CEN e do Sínodo. “Nossas formações precisam de qualidade, conteúdo, pessoas e pedagogia. Os eventos de massa podem esconder algo que não estamos realizando”, evidenciou Dom Lucena, referindo-se exatamente à necessidade de uma formação sólida e próxima, com acompanhamento e continuidade, como vem acontecendo, e ainda com desafios, nos encontros setoriais dos MESCs, em vista da renovação e investidura de novos ministros.
Em suma, a ideia não é criar coisas novas, mas trabalhar em torno do que já se tem. O próprio bispo diocesano, em suas considerações, falou que, antes da construção do próximo plano pastoral, cada comunidade paroquial precisa fazer uma revisão daquilo que conseguiu ou não vivenciar, a fim de haja uma prestação de contas do plano atual, no tocante ao que foi ou não realizado.
Grande desafio para o próximo ano, disse, é investir na estruturação e no funcionamento das pastorais sociais, cujo setor é coordenado pelo padre Dijailson Canuto. “O setor das pastorais sociais tem muito trabalho para o próximo ano: organizar e fazer funcionar a equipe, com todos os membros que a integram”, declarou.
Nesse âmbito, lembrou do trabalho realizado pelo Centro de Referência e Formação da Criança e Adolescente Surdos (Crefas), em Nazaré da Mata-PE, que recentemente recebeu a visita do secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ), Sileno Guedes; e comentou sobre a reunião que aconteceu com o pró-reitor e professores da Universidade de Pernambuco (UPE), com a finalidade de estabelecer uma parceria, para o próximo ano, entre a universidade e a diocese, tendo em vista a Campanha da Fraternidade 2022 (CF 2022), com o tema: “Fraternidade e Educação” e lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26).
Dom Lucena partilhou que já tem em mãos uma proposta de plano de trabalho e um termo de cooperação técnica, científica e pedagógica entre as duas instituições, que contará com os estudantes da UPE presentes nas comunidades paroquiais da Igreja de Nazaré. A ação requererá, pontuou, um trabalho conjunto e articulado das pastorais que compõem a Comissão Diocesana da Cultura e Educação (Escolar e Universitária), coordenada pelo padre José Ramos.
O bispo também instruiu que é importante já ir se preparando para retomar, de forma mais ampla, as atividades presenciais no próximo ano. Para tanto, deve-se reunir as lideranças dos movimentos e pastorais, nas paróquias, para saber e acompanhar as projeções dessa retomada em 2022. Mencionou, em sua colocação sobre isso, a Pastoral da Criança, a Catequese e os ministros extraordinários em suas visitas aos enfermos. Salientou, contudo, a importância da vacinação (de se estar regularmente vacinado, como um cuidado para si e para o outro) e a manutenção dos protocolos de segurança.
Sobre as procissões, Dom Lucena afirmou que elas devem obedecer às normas de cada município – se há ou não permissão para a realização de procissões. Em qualquer caso, deve-se entregar um ofício à autoridade sanitária da cidade a fim de entrar em comum acordo. Quanto às carreatas, podem ser feitas desde que cada grupo familiar esteja no seu próprio veículo; não gerar aglomerações em ônibus ou caminhões. Orientou ainda que, nas festas de padroeiro ou grandes eventos, as missas aconteçam de forma campal. “A diocese é a favor da vida!”, frisou.
Antes da bênção final, Dom Francisco Lucena pediu orações pelo diácono permanente José Ferreira da Silva, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em João Alfredo-PE, que está com a saúde bastante fragilizada.
O bispo diocesano agradeceu a Deus e a todos os que trabalharam e se empenharam para a realização desta assembleia: ao Secretariado Pastoral Diocesano; aos coordenadores das regiões pastorais, pelas articulações na realização dos encontros preparatórios; aos funcionários do Centro Diocesano de Pastoral e aos participantes em geral, pela presença e ricas contribuições nestes dias.
“Foi o Senhor que nos inspirou o bom propósito desta assembleia e nos permitiu realizá-la. Ele está conosco. Não estamos sozinhos! O Espírito Santo nos ajudará a colocar em prática esta assembleia. Estejamos dispostos a concretizar tudo o que foi definido e proposto. Que Nosso Senhor nos ajude!”, rezou.
O Conselho Diocesano de Pastoral (CODIP) se reunirá na próxima quarta-feira, 24 de novembro, às 09h, no Centro Diocesano de Pastoral (CDP), em Carpina-PE, para finalizar a redação dos encaminhamentos pastorais para 2022.