O Papa Francisco, em Assis, pequena cidade italiana da Úmbria, assinou com os jovens um Pacto no qual se comprometem a gastar suas vidas para que a economia de hoje e de amanhã se torne uma Economia do Evangelho. O evento global Economia de Francisco, desejado pelo Papa para refundar a economia com um capital de valor inestimável: o da fraternidade, foi encerrado no sábado, 24 de setembro de 2022.
É possível mudar, transformar uma economia que mata numa economia da vida. Esta foi a principal mensagem que o Papa Francisco ofereceu aos cerca de mil jovens economistas provenientes de 120 países, reunidos, desde a quarta-feira (21/09), para o evento “Economia de Francisco”.
Economia de Francisco, um movimento internacional de jovens economistas, engajados num processo de diálogo inclusivo, nasceu após a carta do Pontífice, dirigida em 2019 a jovens economistas, empreendedores e empresárias de todo o mundo. Esse apelo tornou-se um processo para repensar a economia. Os dois primeiros encontros foram realizados on-line por causa da pandemia.
Três anos se passaram desde a convocação do Papa até a sua realização e hoje a juventude mundial se encontra a viver e crescer num período desafiador entre crise ambiental, pandemia e guerras. Os jovens herdaram grandes riquezas, mas ao mesmo tempo um planeta degradado e privado de paz. Neste cenário, os jovens são chamados a se tornarem artesãos e construtores da casa comum. As finanças são etéreas, é preciso redescobrir as raízes humanas da economia, exortou Francisco.
No Pacto assinado, individualmente e todos juntos, os cerca de mil jovens provenientes de 120 países se comprometem a gastar suas vidas para que a economia de hoje e de amanhã se torne, verdadeiramente, uma Economia do Evangelho. Portanto:
uma economia de paz e não de guerra,
uma economia que contraste a proliferação das armas, especialmente as mais destrutivas,
uma economia que se preocupa com a criação e não a saqueia,
uma economia a serviço da pessoa, da família e da vida, respeitosa de toda mulher, homem, criança, idoso e especialmente dos mais frágeis e vulneráveis,
uma economia onde o cuidado substitui o descarte e a indiferença,
uma economia que não deixa ninguém para trás, para construir uma sociedade na qual as pedras descartadas pela mentalidade dominante se tornem pedras angulares,
uma economia que reconhece e protege o trabalho digno e seguro para todos, especialmente para as mulheres,
uma economia onde a finança é amiga e aliada da economia real e do trabalho e não contra elas,
uma economia que sabe valorizar e preservar as culturas e as tradições dos povos, todas as espécies vivas e os recursos naturais da Terra,
uma economia que combate a miséria em todas as suas formas, reduz as desigualdades e sabe dizer, com Jesus e com Francisco, “bem-aventurados os pobres”,
uma economia guiada pela ética da pessoa e aberta à transcendência,
uma economia que cria riqueza para todos, que gera alegria e não apenas bem-estar, pois a felicidade não compartilhada é muito pouco.
Os jovens reafirmam neste Pacto: nós acreditamos nesta economia. Não é uma utopia, porque já a estamos construindo. E alguns de nós, em manhãs particularmente luminosas, já vislumbram o início da terra prometida.
Assis, 24 de setembro de 2022
Economistas, empreendedoras, empreendedores, transformadores, estudantes, trabalhadores e trabalhadoras
* Textos/informações: Vatican News
* Imagem de capa: Vatican Media