No dia 21 de outubro de 2022, a Diocese de Nazaré realizou a 2ª Assembleia Pastoral dos Movimentos, Institutos Religiosos e Novas Comunidades Católicas. O encontro aconteceu no Centro Diocesano de Pastoral, em Carpina-PE, e contou com representações desses organismos. O bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, também esteve presente.
O objetivo foi promover um momento de escuta específica desses organismos, que estão inseridos na caminhada pastoral da diocese, apesar das ações e trabalhos específicos de cada um, conforme o carisma e estrutura próprios (escolas, obras sociais, casas de evangelização etc.).
Juntamente com as assembleias paroquiais e regionais, realizadas em setembro e outubro deste ano, respectivamente, a segunda edição desta assembleia pastoral dos movimentos, institutos e comunidades também ajuda a preparar a 22ª Assembleia Diocesana de Pastoral, que será realizada em 18 de novembro do corrente ano (sexta-feira).
As sínteses colhidas dessas assembleias são usadas para a avaliação do Plano Diocesano de Pastoral vigente (2020-2023) e para apontar proposições para o novo ano, a partir das ações já contidas no plano, e tendo em vista a dimensão missionária, que receberá ênfase em 2023.
Na ocasião, o bispo diocesano aproveitou para comentar que a construção do novo plano pastoral não acontecerá em 2023, como estava previsto, para aguardar as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, produzida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que irá aguardar o documento final do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade. “Porque nas diretrizes e nos planos pastorais devem constar as orientações, os frutos do sínodo”, disse.
Sobre a fase de escuta diocesana para o Sínodo 2023, Dom Lucena afirmou que, “como diocese, o nosso processo de escuta não aconteceu como deveria. Deixou-se muito a desejar. Culpa nossa, por ainda estarmos amarrados a pensamentos e estruturas passadas que talvez já não tenham mais uma resposta pastoral eficaz, tendo em vista os novos desafios e exigências deste tempo, em constante mudança”.
Após a acolhida e credenciamento, a programação começou com a oração das laudes, conduzida por missionários da Comunidade Católica Missionária Crux Sacra. Em seguida, os 38 participantes foram divididos em quatro grupos para refletir, avaliar e planejar. Um representante de cada grupo foi escolhido, posteriormente, para compartilhar o resultado das reflexões. A condução dos trabalhos foi realizada pelo padre Simeão Dantas (assistente do Conselho Missionário Diocesano – COMIDI) e Hudson Ramos (Secretariado Diocesano de Pastoral).
REFLETIR: Como nossos Movimentos, Institutos Religiosos e Novas Comunidades têm vivenciado a caminhada de fé junto às nossas comunidades locais?
– Participando nas evangelizações porta a porta;
– Promovendo a evangelização entre os estudantes e educadores nas escolas católicas, mas também nas não confessionais;
– Fortalecendo a assistência aos pobres através das Obras Sociais Católicas;
– Sendo presença (Novas Comunidades) na evangelização das comunidades locais;
– Contribuindo em organismos diocesanos (Ex.: Comunidade Siloé – CREFAS);
– Realizando momentos formativos e oracionais nas comunidades locais, dando apoio ao clero no cotidiano pastoral;
– Há o desafio sobre a identidade particular, além de ser necessário caminhar no mesmo Espírito, segundo o carisma específico.
AVALIAR: Quais foram as experiências do Pilar da Caridade vivenciadas em nossas comunidades?
– Criação de grupos de escuta, aconselhamento e acompanhamento psicológico;
– Trabalho com recicladores;
– Fortalecimento dos grupos dos Vicentinos;
– Criação da Pastoral Carcerária em algumas localidades;
– Arrecadação de alimentos e doações de donativos.
PLANEJAR: Olhando o nosso Plano Diocesano de Pastoral (2020-2023), sustentado pelos 4 pilares (Pão, Palavra, Caridade e Missão), além das ações do Pilar da Ação Missionária, quais das ações dos demais pilares devem ser assumidas em toda a diocese no ano de 2023?
Algumas sugestões foram apontadas, mas, em plenária, por votação, foi escolhida apenas uma opção por pilar, como segue:
– PÃO: Elaborar o diretório litúrgico-sacramental diocesano;
– PALAVRA: Formar Ministros da Palavra;
– CARIDADE: Estruturar as Pastorais Sociais.
As ações já previstas na ação missionária serão mantidas na sua integralidade, tendo em vista, como já exposto, a ênfase que receberá em 2023, por ocasião do Ano Jubilar Missionário e do 3º Ano Vocacional do Brasil. Todos esses itens podem ser vistos no Encarte II do Plano Diocesano de Plano Diocesano de Pastoral (2020-2023).
Dom Francisco Lucena recordou que a ação missionária não se restringe a um trabalho ou período específico, pois quando se coloca a missão como um pilar, limita-se toda a sua amplitude, que abarca tudo. “O sangue da missão corre nas veias, deve estar em tudo, perpassa todas as coisas, toda a atividade pastoral. A Igreja é, por natureza, missionária; todos são missionários pelo batismo”, destacou.
Ele motivou os presentes – representantes de institutos e novas comunidades – a serem um sinal de Cristo neste tempo, com o seu jeito, com o seu carisma. “O cristão não faz missão, ele é missão, é presença de Deus”, reforçou. E instigou as escolas religiosas a divulgarem o seu trabalho nas comunidades paroquiais, porque também é evangelização; no tocante às Novas Comunidades Católicas, pediu que dialoguem com os responsáveis das paróquias em que atuam para realizar as ações próprias do seu carisma.
Outras colocações do bispo diocesano:
– Sobre o diretório litúrgico-sacramental diocesano, o prelado falou que está em andamento. Uma equipe estruturou e já entregou um material ao bispo para análise. Dom Lucena enfatizou que o maior desafio é adaptar todas as orientações à nossa realidade diocesana.
– Os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (MESCs), disse Dom Lucena, também são Ministros da Palavra, mas nem todos exercem esse ministério, que requer uma formação sólida e mais específica. “Os Ministros da Palavra não são minipadres”, lembrou, reforçando que é importante essa formação para a realização de celebrações da Palavra nas comunidades, acompanhadas da distribuição da eucaristia.
“O Ministério da Palavra não é para ‘tapar buraco’, ele tem sua dinâmica, importância e funcionalidade própria nas comunidades eclesiais missionárias. Os ministros são instituídos não para a matriz, o que pode acontecer, mas sobretudo para as comunidades. O novo Ministério do Catequista numa comunidade, também, será muito importante. São muitos os ministérios: Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão, Ministério Extraordinário das Exéquias, Ministério Extraordinário da Bênção, Ministério Extraordinário da Culto e da Palavra e Ministério do Catequista”, explicou.
– A 22ª Assembleia Diocesana de Pastoral (avaliativa) acontecerá apenas em um dia, tendo em vistas as reformas no centro pastoral. O bispo aproveitou para falar do andamento das obras no CDP (reforma grande) e a construção da casa do padre, já bem avançada.
– Dom Lucena expressou seu apelo caso algum religioso ou leigo quiser se voluntariar para coordenar ou ajudar a estruturar a Coordenação Diocesana do Setor das Pastorais Socais e também a Pastoral Carcerária. E aproveitou para agradecer a todas as instituições presentes que, dentro do pilar da caridade, desempenham trabalhos importantes nessa dimensão social.
– O bispo diocesano reforçou o convite para que as instituições de ensino enviem representantes para participar do I Seminário de Educação e Cultura, no dia 17 de novembro de 2022, no CDP, das 08h às 12h; e também do I Encontro Diocesano da Pastoral da Pessoa com Deficiência, no dia 26 de novembro de 2022, das 08h às 12h, no CPD. Mais informações na matéria da reunião do clero de outubro.
– O prelado chamou atenção, ainda, sobre os cuidados com a utilização de fotografia do Papa Francisco, mediante orientações divulgadas pelo Dicastério de Comunicação. Conferir matéria, na íntegra, no site da diocese.
Por fim, o bispo de Nazaré agradeceu a presença de todos e confirmou a importância da participação dos movimentos, institutos e novas comunidades nestes momentos de assembleia. “É importante estarmos aqui, como grupo seleto, para discutirmos o caminho que devemos trilhar juntos”, expressou.