O tempo está favorável a nós, penitentes, porque o Dia da salvação chegou. O Dia é Cristo descido do seio do Pai para ser levantado da terra, a fim de descer à mansão dos mortos, no ventre da terra, para fazer subir os que jazem na sombra da morte (Lc 1,79).
Após a queda de Adão e Eva, a terra ficou desértica e amaldiçoada, produzindo cardos e espinhos (Gn 3,17). Cristo, o Caminho que conduz para o Pai, entrou no deserto para nos retirar dele. Ele sentiu fome. O demônio não entende nada sobre a fome de Jesus (Lc 4,2) e lhe oferece situações que não fazem parte do seu cardápio. Jesus tem uma única fome e um único alimento: fazer a vontade do Pai (Jo 4,34). A vontade do Pai é que a humanidade seja retirada do deserto do pecado para ser recolocada no jardim, na vida original. A vontade do demônio é que a humanidade permaneça no deserto.
Na manhã da Páscoa, Jesus é encontrado por Maria Madalena no Jardim (Jo 20,14). Páscoa é Deus colocando a humanidade de volta na sua condição original (jardim). O choro de Madalena e sua busca (Jo 20,13) são o choro e a busca da humanidade desejando se libertar da aridez da vida do pecado. João afirma que, ao VOLTAR-SE, Maria Madalena viu Jesus (Jo 20,14). Voltar-se: atitude de mudança, de postura, conversão. Abandono da morte e abertura para a vida nova em Cristo.
Eis o tempo favorável no qual o Senhor se torna íntimo de todos nós para reconduzir-nos ao seio do Pai. Convertamo-nos ao Senhor! Escutemos a sua voz neste tempo favorável, para ingressarmos com Ele no dia sem ocaso da PÁSCOA!
Padre Aluísio Ramos
(Paróquia São Vicente Férrer)