O bispo diocesano de Nazaré, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, presidiu, na noite de ontem, 21 de julho de 2021, uma missa em Ação de Graças pelos seus 30 anos de ordenação sacerdotal. A eucaristia festiva aconteceu, às 19h, na Catedral Diocesana, em Nazaré da Mata-PE, e contou com a participação de alguns membros do clero diocesano, religiosas(os), representantes de movimentos e pastorais, o prefeito do município e uma parcela da comunidade local – todos os protocolos de segurança foram respeitados. A celebração foi marcada por muitas homenagens.
Dom Lucena iniciou sua homilia falando sobre o dom do sacerdócio: “‘o sacerdócio é o amor do coração de Jesus’”, costumava dizer santo Cura d’Ars. Essa tocante afirmação permite-nos, antes de mais nada, evocar com ternura e gratidão o dom imenso do sacerdócio. O presbítero é aquele que propõe aos fiéis cristãos e ao mundo as palavras e os gestos de Cristo, procurando aderir a Jesus com os pensamentos, a vontade, os sentimentos e o estilo de toda a sua existência”, disse.
Ordenado padre aos 21 de julho de 1991, às 08h30, na Catedral de Sant’Ana, nas comemorações da Festa de Sant’Ana, padroeira da diocese e da cidade de Caicó-RN, Dom Francisco Lucena celebrou sua primeira missa no mesmo dia, às 19h, em sua cidade, Jardim do Seridó-RN. Foi o primeiro sacerdote de sua cidade, na época com 200 anos de existência. “Graças a Deus que depois de mim já tem caminhões de sacerdotes. Graças a Deus!”, brincou.
Passados 30 anos de sua ordenação sacerdotal, e celebrando este momento de gratidão com todos os presentes e os que estavam acompanhando pelas redes sociais da paróquia Nossa Senhora da Conceição (Facebook e Youtube), Dom Lucena expressa: “guardo no coração as palavras de Jesus: ‘Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto, e o vosso fruto permaneça’ (Jo 15,16ª). Os gestos, a prostração, a unção das mãos, a entrega do pão e do cálice… Que sentimentos bons invadiram todo o meu ser, o meu coração! Que momento grande: ser acolhido pelo próprio Cristo, sumo e eterno sacerdote”.
Ao falar da graça que lhe foi confiada pelo próprio Deus, de ser acolhido no ciclo daqueles que receberam a sua Palavra no cenáculo, bem como as faculdades – “que quase amedrontam” – de fazer aquilo que só o filho de Deus pode legitimamente dizer e fazer: o mandato de perdoar e as palavras da consagração na eucaristia, ele faz uma prece: “Senhor, ajudai-me a viver a minha existência, não para mim mesmo, mas a vivê-la juntamente convosco para os outros. Ajudai-me a ter um coração acolhedor da Palavra de Deus, capaz de receber e entender sempre, sem murmurar, o que Deus me propõe, como fez com Moisés, com o povo hebreu quando atravessava o deserto. Como sacerdote, tenho que atravessar o meu deserto”.
O prelado encorajou, ainda, a não se deixar abater nos momentos de tempestades, tribulações e sofrimentos no ministério sacerdotal, a nunca pensar em retroceder, pois é certa a confirmação de que Deus não nos abandona. “O sacerdote é como um agricultor, é um agricultor, que prepara a terra e semeia nela a boa semente; deve ser perseverante e contar sempre coma a ajuda de Deus”, falou.
“Com 30 anos de sacerdócio ainda tenho que perguntar: o meu coração, como está? Que tipo de terreno ele é? Como acolho a semente da Palavra de Deus?”. Em resposta a essas indagações, Dom Francisco Lucena afirmou que é necessário preparar o coração para receber a Palavra de Deus, meditar sempre sobre o que a Palavra diz e colocá-la em prática, olhando tudo o que acontece na vida, no ministério sacerdotal. “Senhor, que o meu coração seja comparado a um terreno de terra boa”, rezou. E prosseguiu: “o meu sacerdócio poderá produzir muitos frutos ou não. Devo me esforçar para que o meu coração se transforme em terra boa, em sacerdócio santo”, instruiu a si mesmo acerca de como deve viver o seu sacerdócio daqui pra frente.
Em suas últimas palavras, após declarar que não há maior alegria do que assumir o projeto de Jesus na vivência da entrega, como fonte de realização de toda a nossa existência, o bispo diocesano de Nazaré agradeceu ao Senhor pela amizade que lhe concedeu, àqueles que lhe formaram e acompanharam ao longo de sua trajetória, aos seus pais e àqueles que foram colocados em sua vida, bem como os que participaram da celebração festiva por ocasião dos 30 anos de ministério presbiteral. “Sou muito grato ao Senhor, a Jesus, por tudo, por todos esses anos, desde aqueles primeiros momentos em que comecei a cultivar a minha vocação, ainda criança, brincando de celebrar missa com os meus irmãos todos. […] É bom ser sacerdote”, recordou.
Ao final da celebração, foram feitos alguns pronunciamentos; representantes de movimentos e pastorais, e da própria paróquia catedral, dirigiram suas felicitações ao bispo diocesano. Em sua mensagem, representando o clero diocesano, o padre Aluísio Ramos disse: “nesse dia em que o senhor completa 30 anos de ordenação presbiteral, nossa diocese tem a honra de tê-lo conosco, e o nosso presbitério se coloca, como sempre esteve, a sua disposição como colaboradores, desejando que sua vida seja fecunda e que a vossa luz brilhe diante dos homens para que eles, vendo as vossas boas obras, glorifiquem ao pai que está nos céus (Mt 5,16)”.
Foi realizada, ainda, uma breve apresentação que falava de seu chamado e de sua resposta ao Senhor “para uma grande missão”. Música, cartazes e a entrada de crianças com bolas de sopro marcaram esse momento especial. Por fim, o bolo de aniversário e o canto dos parabéns concluíram as homenagens a Dom Francisco Lucena pelos seus 30 anos de ordenação sacerdotal.