A Quaresma é tempo de “retirar-se” para o “deserto”. É necessário para a nossa comunhão com Deus vivermos esse tempo como um retiro espiritual. Jesus costumava interromper suas atividades e convidava os seus discípulos a se retirarem com Ele para um lugar deserto, silencioso, onde pudessem descansar e rezar juntos.
Aproveitar este tempo propício, comprometendo-nos a verificar que tudo, tanto na vossa vida pessoal como ministerial, seja movido pela caridade e tenda para a caridade. Encontrar tempo para o silêncio, praticar o jejum não somente do alimento, mas também dos excessos do bem-estar, vencer aquilo que desvia da vontade de Deus.
É preciso abandonar as distrações, os instrumentos da tecnologia: tv, internet, celular, redes sociais e dispositivos digitais, que invadem a intimidade do coração e dissipam as energias. Aproveitar estes dias para um “deserto”, mesmo sem sair do ambiente, experimentando o silêncio exterior, em vista de um antes – para repensar muitas coisas, e também em vista de um depois, que não pode ser a mesma coisa, pois algo deve mudar para melhor.
Esses se tornam o jejum a ser praticado hoje. Jesus privou-se do alimento. Nossa época requer um jejum diferente: hoje, o jejum mais significativo para muitos se chama sobriedade. Privar-se voluntariamente de pequenas ou grandes comodidades. Este tempo quaresmal constitui ocasião favorável para um crescimento espiritual, para reencontrar o vigor de motivações para o impulso pessoal, pastoral e missionário.
Aprendamos a lição dos primeiros discípulos que aderiram a Jesus e O seguiram. Esforcemo-nos para criar um ambiente propício, silencioso, e de recolhimento. Eis a ocasião para reavivar o chamado de Deus. Chamados por Deus e chamados para permanecer com Jesus (cf. Mc 3,14), unidos a ele. Que a Virgem Maria seja modelo e inspiração de nossa espiritualidade. Alegria, graça e paz de Deus. “Que brilhe a vossa Luz”!
Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo Diocesano de Nazaré