Faz bem recordar todos os fiéis falecidos, no dia 2 de novembro, dia de finados. Neste dia, a Igreja celebra com fé o Mistério pascal, na firme esperança de que os batizados que morreram em Jesus Cristo passem com Ele da morte à vida. Nas igrejas e nos cemitérios, manifestamos o amor e a gratidão pelos falecidos e, de modo especial, expressamos a fé em Cristo Ressuscitado, a fé na ressurreição dos mortos e na vida eterna.
Neste ano, recordaremos de maneira especial todos os falecidos por causa da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). É uma multidão imensa de pessoas queridas que perderam a batalha contra o vírus, ainda circulante e a atingir mais pessoas. Nas missas celebradas, nas igrejas ou cemitérios, também faremos a intercessão por todas as demais pessoas e refletiremos sobre o sentido de nossa vida e os valores para os quais vivemos.
As nossas preces pelos falecidos tem valor. Preces elevadas a Deus, entregando-lhe aqueles que não mais peregrinam neste mundo. E a melhor forma de oração é oferecer a Santa Missa pelos falecidos, sacramento do sacrifício de Jesus e do seu sangue derramado por todos, para a remissão dos pecados. Jesus entregou sua vida na cruz e ressuscitou pelos vivos e pelos falecidos, para que todos tenham vida por meio dEle. Daí celebrar a Eucaristia “em sufrágio”, ou seja, em favor dos falecidos, em intercessão por eles.
A recordação dos falecidos está profundamente presente na vida das pessoas. Recordar os falecidos ajuda a manter o vínculo com a história, feita de pessoas, fatos e memórias. Para nós, cristãos, a morte, embora ponha fim à nossa existência neste mundo, é o início da vida sem fim, quando estaremos em Deus face a face.
Faz bem nos sentirmos unidos aos que já partiram através da oração. Pela fé sabemos que nosso corpo, embora desintegrado, ressuscitará. A morte e ressurreição é um mistério de fé, que rezamos no Credo: “Creio na ressurreição da carne, na vida eterna”. São Paulo diz palavras confortadoras sobre a ressurreição dos mortos: “Não queremos, irmãos, que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros homens que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim precisamos crer também que Deus levará, por Jesus e com Jesus, os que morreram. Consolai-vos, portanto, uns aos outros com estas palavras” (cf. 1Ts 4,13-15.18).
Recordamos os nossos entes queridos que já partiram para a vida eterna, sustentados pela fé na vida eterna e na ressurreição dos mortos. No Dia de Finados, muitos vão aos cemitérios, às capelinhas e às cruzes ao lado das estradas para rezar pelos seus falecidos. As orações, as velas, as flores, as celebrações são gestos afirmativos de que cremos que a morte não é o fim e que nossos entes queridos hoje vivem, estão em Deus e um dia ressuscitarão. “A vida dos justos está nas mãos de Deus” (Sb 3,1).
Não podemos esquecer que neste tempo de pandemia devemos seguir as medidas de segurança, de acordo com as modalidades utilizadas atualmente, como manter o distanciamento entre as pessoas, evitar aglomerações, fazer bem a higienização e usar máscaras.
Que as almas de todos os fiéis defuntos, pela infinita bondade e misericórdia de Deus, descansem para sempre na paz e na eternidade da luz de Cristo!
Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de Nazaré (PE)