O primeiro dia de trabalhos da 21ª Assembleia Diocesana de Pastoral avaliativa foi encerrado com a celebração eucarística, seguida do jantar. A missa foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena. “Vencemos um dia de assembleia pastoral. E como a missão da Igreja é evangelizar, necessitamos de uma contínua conversão pastoral para sermos Igreja de discípulos missionários, corresponsáveis e participativos na vida das comunidades, no espírito de sinodalidade. Caminhar juntos deve ser a nossa experiência pastoral”, disse o prelado no início de sua homilia.
Na sequência, fez alguns questionamentos provenientes dos textos bíblicos que foram proclamados: “Cabe a nós avaliar como são nossas igrejas, templos. Elas são verdadeiros espaços de encontro com Cristo e com os irmãos ou não passam de lugares onde acontecem ritos vazios e pouco fraternos? Honramos o templo em que celebramos ou o profanamos com nossas ações pouco religiosas? Nossas igrejas são locais de formação de verdadeiras comunidades cristãs?”.
E asseverou: “a igreja é lugar de oração e de encontro com Deus, e tudo o que for diferente disso não deve acontecer dentro dela”.
A primeira leitura, do primeiro livro dos Macabeus, descreve a reconstituição, a reconsagração e a purificação do espaço sagrado, antes profanado. Acerca do altar, Dom Lucena refletiu:
“O altar é o ponto inicial. A partir do altar começa a reconstrução não apenas do templo, mas da própria religião. Ainda hoje, o altar tem para nós um significado muito especial. É em torno do altar que nos reunimos para celebrar a Eucaristia. É nele que ocorre o sacrifício da missa. Desse modo, o altar continua sendo a peça mais sacra do templo. Diante do altar nos curvamos, fazendo reverência. Nós o beijamos e o circundamos como filhos e filhas de Deus, irmanados numa mesma causa que é a prática da Palavra que começa no templo e se expande pelas comunidades afora nas ações missionárias de cada um. Assim, vai se formando a Igreja missionária que é muito mais que o templo, mas que se faz local de referência para a fé vivida e celebrada”.
Trabalhos em grupo
A assembleia diocesana sempre é antecedida e preparada por assembleias realizadas nas paróquias e nas regiões pastorais, de caráter avaliativo e propositivo, a partir do Plano Diocesano de Pastoral (2020-2023). Após esses encontros, uma síntese de cada região pastoral é enviada ao Secretariado Pastoral Diocesano. As discussões e definições da assembleia diocesana são feitas com esses materiais.
E foi o que aconteceu na tarde desta sexta-feira (19), na 21ª Assembleia Diocesana de Pastoral. Num primeiro momento, conduzido pelo padre Pedro Nascimento, representantes de cada um dos sete regionais que compõem a Igreja Particular de Nazaré realizaram uma rápida apresentação das sínteses regionais. As avaliações e proposições giraram em torno de três eixos, que instigam a reflexão durante toda a assembleia.
- AVALIAR: Quais foram as experiências do Pilar da Palavra vivenciadas em nossas comunidades?
- PLANEJAR: Olhando o nosso Plano Diocesano de Pastoral (2020-2023), sustentado pelos 4 pilares (Pão, Palavra, Caridade e Missão), e a partir das ações que já constam nele, quais dessas ações devem ser assumidas em toda a diocese (paróquias, áreas, setores, pastorais, movimentos, serviços e organismos) no ano de 2022?
- CONTRIBUIR: Que ações concretas podemos assumir envolvendo o Pilar da Caridade, o Congresso Eucarístico Nacional (AOR) e o Sínodo dos Bispos 2023?
No primeiro tópico, foram destacados: fortalecimento da Pastoral da Comunicação e da evangelização por meio das mídias sociais; transmissão das celebrações pelos meios de comunicação; realização de novenas e celebrações (remotas e presenciais), bem como procissões motorizadas e carreatas nas festas de padroeiro; renovação, formação e investidura de novos MESCs; vivências dos meses temáticos (Mariano, Vocacional, Família, Bíblia, Vida e Missionário), do Ano de São José e da Campanha da Fraternidade; catequeses remotas e retomada dos encontros presenciais; estudo bíblico e celebrações da palavra nas comunidades; formação para a liturgia, catequese e coroinhas; partilha de alimentos e doação de cestas básicas aos mais afetados pela pandemia; criação e/ou fortalecimento da pastoral da acolhida, dentre outros.
No segundo item, foram apontadas as seguintes ações: criar a Pastoral da Acolhida onde ainda não existe ou fortalecê-la nos lugares que já possuem; criar e/ou ampliar a oferta de curso bíblico e escolas da fé nas paróquias e comunidades, contando com os alunos da Escola Teológica e da Escola da Família; estruturar e/ou fortalecer as pastorais sociais; resgatar a centralidade do domingo; ampliar as experiências eucarísticas (semanas eucarísticas); despertar e capacitar novos agentes da Pastoral da Comunicação; formação para ministros da palavra e formação missionária para todos os movimentos, pastorais e serviços; implantar e fortalecer os COMIPAs; criar e/ou fortalecer a Pastoral Escolar e da Cultura nas paróquias; sensibilizar a dimensão do dízimo e sua missionariedade; elaborar um diretório litúrgico-sacramental a nível diocesano; formar intérpretes de libras para inserir os surdos na dinâmica e na vida da Igreja; criar e/ou fortalecer a Infância e Adolescência Missionária (IAM); realizar visitas contínuas a escolas, hospitais, presídios, abrigos, dentre outros.
No terceiro e último ponto, referente a atividades concretas em torno do Pilar da Caridade, sugeriu-se: abrir casas de formação para os mais carentes, a fim de que possam aprender uma profissão e criar expectativa de futuro; desenvolver atividades de iniciação musical para jovens; criar a Pastoral da Pessoa com Deficiência; fortalecer a Pastoral dos Catadores e Recicladores; vivenciar a Semana Eucarística Paroquial como forma de animação e preparação para o Congresso Eucarístico Nacional; organizar grupos de escuta nas paróquias; criar grupos de apoio para os que vivem em situação de vulnerabilidade e sensibilizar a comunidade à partilha de alimentos a serem doados aos mais carentes; fortalecer as pastorais sociais (Sobriedade, Carcerária, Pessoa Idosa, Enfermos, Vicentinos, Criança); incentivar o estudo do texto-base do CEN; formação e momentos espiritualidade sobre a eucaristia etc.
Após as apresentações, os participantes foram divididos em grupos, por região pastoral, para amadurecer as reflexões e encaminhamentos de todas essas proposições, que serão retomadas na manhã do sábado (20), último dia da assembleia. Na ocasião, será definida a síntese das ações pastorais a serem vivenciadas em 2022, a partir do Plano Diocesano de Pastoral (2020-2023), com foco no Pilar da Caridade, no Congresso Eucarístico Nacional e no Sínodo dos Bispos 2023.