Bispos, arcebispos e administrador diocesano do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB NE2) viajam, nesta terça-feira (10), para a Itália. Os religiosos participarão da Visita ad Limina Apostolorum entre os dias 16 e 20, mas antes do encontro com o Papa Francisco eles farão um roteiro espiritual começando pela terra de outro Francisco, o de Assis.
O grupo parte da Basílica Papal de Santa Maria dos Anjos, em Roma, na quinta-feira (12), às 8h no horário local, chegando a Assis no início da tarde. Após visita às basílicas de Santa Clara e de São Francisco, os pastores das dioceses e arquidioceses de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte celebram a Santa Missa na Capela San Bonaventura.
A peregrinação pelos lugares santos continua na sexta-feira (13), quando os bispos seguirão para Lanciano. Lá celebram a Santa Missa no fim da manhã e depois seguem para San Giovanni Rotondo, onde está o corpo de São Pio de Pietrelcina.
No sábado (14), o grupo visita e celebra no Santuário de Santa Maria das Graças, conhecida como igreja antiga. No fim da manhã, a expectativa é de que os bispos visitem o Monte de São Miguel. A peregrinação terminará com um almoço no Centro de Espiritualidade Padre Pio.
Dores, esperança e comunhão na Visita ad Limina
Renovados com a espiritualidade franciscana, os 20 bispos e arcebispos mais o administrador diocesano de Salgueiro (PE) darão início à Visita ad Limina Apostolorum, na terça-feira (16). O evento é uma obrigação cumprida por bispos e alguns prelados do mundo todo a cada cinco anos. Esse momento estava agendado para acontecer em 2020, mas foi adiado para este mês devido à pandemia de covid-19.
De acordo com o bispo de Garanhuns (PE) e presidente da CNBB NE2, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, ele e seus irmãos no episcopado vão à Visita ad Limina como peregrinos rezar junto ao túmulo dos apóstolos cheios de saudade do Papa. O religioso também explica que a visita é um momento importante de “prestação de contas” e de “profunda comunhão com o Santo Padre”.
“Com o recente Motu Proprio Praedicate Evangelium, percebemos que, com a reforma da Cúria Romana, o papa deseja que os organismos da Cúria sejam instrumento de diálogo, de partilha de experiências, de correção de rumos, de aprendizado. Queremos, então, compartilhar nossa história eclesial e missionária vivida nestes últimos anos, especialmente as agruras e esperanças da travessia desse tempo de pandemia”, afirma dom Paulo.
Ao todo serão cinco dias visitas e reuniões nos dicastérios, congregações e organismos pontifícios, além de celebrações da Santa Missa nas basílicas papais. A Visita ad Limina encerra no dia 20 com o encontro dos pastores da CNBB NE2 com o Papa Francisco.
Dom Paulo revela que é grande a expectativa por esses momentos de partilha, sobretudo, com o Pontífice com quem poderão dialogar e expressar o quão a CNBB NE2 está “muito próximo em seus sofrimentos físicos e perseguições”. Segundo o bispo, a mensagem que o Regional levará para o Santo Padre são três: as dores e o luto; as esperanças; e a comunhão.
“Perdemos três bispos do nosso regional durante a pandemia, vários sacerdotes, diáconos, religiosos, leigos e leigas. Muitas famílias perderam seus empregos, pequenas empresas faliram. Foi um momento de muito sofrimentos. No Brasil, foram mais de 660 mil vítimas fatais da pandemia e do descaso do poder público federal”, explica dom Paulo.
O presidente da CNBB NE2, no entanto, destaca que em meio a tragédia que foi o período mais crítico da pandemia surgiram sinais claros de esperança como “a imensa rede de solidariedade nas comunidades eclesiais missionárias”. “Foi central o papel da ciência e do Sistema Único de Saúde e a perseverança e a perene renovação da fé por meio dos meios de comunicação social, especialmente da internet”, ressalta.
Por fim, dom Paulo diz que o Regional vai reforçar o apoio ao Papa Francisco de modo especial à reforma da Cúria Romana por meio do documento Praedicate Evangelium. “Queremos falar ao papa sobre nossa solidariedade em seus sofrimentos físicos, nas calúnias, incompreensões e perseguições sofridas. Queremos renovar nossa mais profunda unidade com o seu magistério”, pontua o bispo.
Fonte: CNBB NE2