Carlo Acutis, modelo e sinal de santidade para os jovens desta geração, foi beatificado no dia 10 de outubro de 2020, na Basílica de São Francisco, em Assis, na Itália. A missa foi presidida pelo cardeal Agostino Vallini, legado pontifício para a Basílica de São Francisco.
Foto: Daniel Ibáñez/EWTN
Apesar de breve (morreu aos 15 anos, vítima de uma leucemia fulminante), sua vida foi intensa e profundamente marcada por uma espiritualidade eucarística e mariana. Nossa Senhora foi sua grande confidente, e, para honrá-la, rezava o terço todos os dias. Além disso, participava da Santa Missa diariamente e realizava seu momento de adoração ao Santíssimo Sacramento antes ou depois da celebração. A eucaristia, costumava dizer, era sua “autoestrada para o céu”.
Mesmo sem fatos extraordinários, sua vida com Deus foi vivida de modo admirável, deixando-nos um precioso testemunho de amor, misericórdia e solidariedade para com os mais pobres. Um vida sacramental, de comunhão com a Santa Igreja e marcada pelo exercício de caridade. Sua maior inspiração foi São Francisco de Assis, por quem tinha grande devoção.
Como jovem, gostava de estudar, estar com os amigos, praticar esportes, mostrando que a santidade está, sim, ao alcance de todas as almas – como dizia Santa Teresinha do Menino Jesus – e é perfeitamente alcançável a partir das realidades ordinárias da vida. A vida de Carlo comprova que o Senhor permanece agindo na Igreja e na vida daqueles que o procuram. Revela, ainda, que a santidade é possível, em qualquer idade, e que todos os jovens podem encontrar a verdadeira alegria na amizade com Jesus.
“Estar sempre unido a Jesus, este é o meu projeto de vida” (Beato Carlo Acutis)
Sua vida piedosa e sacramental foi um testemunho não só para os seus amigos, mas também para a sua família, que acabou sendo aproximada da prática da fé católica.
“Ele sabia usar as novas técnicas de comunicação para transmitir o Evangelho, comunicar valores e beleza”, refere-se o Papa Francisco a Carlo Acutis em sua exortação apostólica pós-sinodal aos jovens Christus Vivit. Francisco destaca o exemplo de um jovem que soube responder, com grandeza de alma, aos anseios e necessidades de sua geração.
O Pontífice também reforça, a partir das palavras do próprio beato, o convite a colocarmos a serviço da Igreja e dos outros os dons e talentos que o Senhor nos concedeu, ou seja, as capacidades pessoais que nos tornam únicos. “Todos nascem como originais, mas muitos morrem como fotocópias”, dizia Carlo Acutis.
Carlo destacou-se como alguém que fez um excelente uso dos meios digitais para a evangelização. Aos 14 anos, utilizando-se de suas habilidades na área da informática, criou um site para divulgar exposições sobre conteúdos ligados à fé católica, como os milagres eucarísticos de que tomou conhecimento. Por isso, ficou conhecido como o “ciberapóstolo da Eucaristia”. Ele também se dedicava a dar aulas de catequese para crianças e jovens.
Breve biografia
Carlo Acutis nasceu aos 03 de maio de 1991, em Londres, Inglaterra, onde sua família morava por questões profissionais. Poucos meses depois, em setembro de 1991, retornaram para a Itália, país de origem de seus pais, Andrea Acutis e Antonia Salzano, estabelecendo residência em Milão.
Após sua primeira Comunhão, aos sete anos de idade, Carlo foi tocado de modo extraordinário por Jesus, sendo marcado por um amor profundo pela Eucaristia, que ele considerava ser sua “rodovia para o céu”.
A sua vida espiritual intensa o levou a criar o que algumas pessoas acabaram denominando de “kit para tornar-se santo”, compreendido pela Santa Missa, Comunhão, Terço, leitura diária da Bíblia, confissão e serviço aos outros.
Diagnosticado com uma leucemia muito agressiva, Carlo prontamente ofereceu todo o seu sofrimento pelo Papa e pela Igreja Católica. Morreu com 15 anos, em Monza, na Itália, no dia 12 de outubro de 2006, dia em que se comemora a festa da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.
Em 05 de julho de 2018, o Papa Francisco assinou o decreto reconhecendo as virtudes heroicas de Carlo Acutis, concedendo-lhe o título de venerável Servo de Deus.
Foto: Daniel Ibáñez/EWTN
Quase um ano depois, exatamente em 06 de abril de 2019, seus restos mortais foram transladados para o Santuário do Despojamento, onde São Francisco de Assis expressou sua escolha radical de deixar tudo para seguir o Senhor. Na ocasião, verificou-se que seu corpo se encontrava em um estado de conservação fora do comum, um fenômeno impressionante que, inclusive, já aconteceu com outros santos da Igreja, como Padre Pio e Clara de Assis, por exemplo.
Segundo o site “Famiglia Cristiana”, antes mesmo de tomar conhecimento de sua doença, o jovem gravou um vídeo no qual declarava seu desejo de ser enterrado em Assis, caso morresse.
No dia 22 de fevereiro de 2020, aconteceu a aprovação, também pelo Papa Francisco, do milagre para a sua beatificação. O caso ocorreu no Brasil, em 12 de outubro de 2013, com um menino que sofria de pâncreas anular, uma anomalia congênita rara que o levava a vomitar tudo o que ingeria. O pequeno Matheus ficou curado, milagrosamente, após pedir para “parar de vomitar” diante de uma relíquia do futuro beato.
