A ação missionária foi tema de reflexão da 22ª Assembleia Diocesana de Pastoral, na manhã desta sexta-feira, 18 de novembro de 2022, no Centro Diocesano de Pastoral, em Carpina-PE. A palestrante convidada foi a Irmã Maria das Neves Macena (Ir. Neves) – Irmãs de Maria Missionária, Guarabira-PB –, que fez uma explanação sobre a missão: “Sereis minhas testemunhas até os confins do mundo” (cf. At 1,8).
A partir do Decreto Conciliar Ad Gentes, a Irmã Neves começou afirmando que “a atividade missionária é a principal e a mais sagrada atividade da Igreja”, na qual Deus é plenamente glorificado. Em sua explanação, ela trouxe trechos e referências da Sagrada Escritura e de muitos documentos da Igreja.
Citando o Vaticano II, ela recordou que a Igreja peregrina é missionária por natureza; é sua vocação própria, sua identidade mais profunda, sua razão de ser, seu serviço à humanidade. “A missão faz parte da nossa vida; está dentro do nosso coração e presente nas nossas ações”, disse.
Referenciando o Doc. 100 da CNBB, n.157, Comunidade de comunidades: uma nova paróquia, enfatizou que “não há comunidade cristã que não seja missionária, pois se a Igreja esquece a missão, ela deixa de ser cristã. E isso se aplica a todos os grupos, pastorais e movimentos”.
Há, portanto, a necessidade de ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro dos afastados, que chega “às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos” (EG, n.24); porque a “a Igreja nasce da missão e existe para a missão; existe para os outros e precisa ir a todos”, conforme às DGAE, 2011, n. 76.
“A missionariedade acontece por meio do encontro marcante com Jesus, e na alegria de transmitir essa experiência, com palavras e testemunho de vida, aos outros” (Ir. Maria das Neves).
Para tanto, salientou, cumpre uma urgente renovação missionária das Igrejas, de sua estrutura, e de agentes que estejam em atitudes constantes de saída; urge um avanço no caminho de conversão pastoral e missionária. “Não haverá renovação missionária nas Igrejas, se estas não se projetarem além de suas fronteiras” (CNBB 108, Missão e Cooperação missionária).
A religiosa citou, também, a carta do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões 2022, com a ênfase dada pelo Santo Padre às Obras Pontifícias que, em suas palavras, trazem um bem enorme ao Brasil e ao mundo. Destacou-se, ainda, a importância da estruturação e funcionamento, nas paróquias e na diocese, dos Conselhos Missionários Paroquiais (COMIPA) e do Conselho Missionário Diocesano (COMIDI).
Por fim, a palestrante apresentou algumas propostas de ação missionária: novos lugares, horários, linguagem renovada e pastoral adequada; projetos de visitas a áreas/ambientes mais afastados da vida da Igreja; estimular a formação das nossas comunidades; ações ad gentes (intercambio além-fronteiras e revigoramento da experiência das Igrejas-Irmãs; despertar consciência missionária nos jovens (JM); valorizar com urgência hospitais, escolas, universidades, o mundo da cultura e ciências, presídios; implantar e aperfeiçoar os conselhos missionários (paroquiais e diocesano); promover as POM; acolher e concretizar as prioridades do Programa Missionário Nacional (formação, animação missionária, missão ad gentes e compromisso social e profético).
22ª ASSEMBLEIA DIOCESANA DE PASTORAL
A 22ª Assembleia Diocesana de Pastoral da Diocese de Nazaré contou com a participação de padres e diáconos; representantes leigos(as) de cada paróquia, área pastoral e setor pastoral; representantes de Institutos Religiosos e Novas Comunidades Católicas; coordenadores(as) diocesanos(as) de cada pastoral, movimento e serviço.
A programação teve início com um momento marcado por cânticos e a oração das laudes, organizado pelo coordenador diocesano da Pastoral da Liturgia, padre Marcílio Emmanuel, e foi finalizado com a oração do Sínodo dos Bispos 2023. Na ocasião, o padre André Carlos realizou uma breve reflexão, reforçando a importância da atitude de levantar-se e caminhar, fazendo o anúncio e a missão acontecer. “O batismo nos faz participantes dessa comunidade de fé, nos faz ir ao encontro do outro”, pontuou.
A palavra de abertura foi feita pelo bispo diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, que reforçou o entendimento de que a missão não é pilar, como se propunha, mas algo que perpassa todas as ações da Igreja, que está presente em tudo. “A Igreja é, por natureza, missionária; todos são missionários pelo batismo”, ressaltou.
Conforme o Plano Diocesano de Pastoral (2020-2023), a ação missionária receberá ênfase no próximo ano, tendo em vista o Ano Jubilar Missionário e o 3º Ano Vocacional do Brasil. Por essa razão, todas ações já previstas no plano pastoral vigente, referente à ação missionária, serão mantidas na sua integralidade.
Dom Lucena lembrou que toda a preparação desta 22ª assembleia avaliativa começou com o processo de escuta para o sínodo, bem como nas assembleias paroquiais (setembro) e regionais (outubro), e na assembleia dos movimentos, institutos religiosos e novas comunidades. “Continuemos fortalecendo nossa caminhada, num caminho conjunto de comunhão, participação e missão, no processo de ser Igreja, que não me coloca acima do outro, mas a caminho com ele, com tudo o que somos e com os instrumentos que temos à disposição”, disse.
As sínteses dessas assembleias – usadas para a avaliação do plano pastoral vigente (Encarte II) e para apontar proposições para o novo ano – foram apresentadas, na ocasião, por um representante de cada região pastoral e um representante dos movimentos, institutos religiosos e novas comunidades. Esse material foi analisado, uma vez mais, nos grupos de partilha, na parte da tarde.
O prelado convidou e motivou todos a seguirem em frente, na caminhada diocesana, em unidade como o sínodo, em sua fase continental, e aguardando os frutos do processo sinodal, bem como a partir daquilo que já planejamos e do que vamos vivendo no dia a dia. “Não deixamos nada para trás, mas avançamos, com a percepção do presente, olhando para o futuro”, destacou.
Fotos: Édson Aleixo (Pascom Diocesana)